Numa intervenção na sessão de abertura do Dia Marítimo Europeu, o comissário europeu Karmenu Vella revelou a ambição de ver a União Europeia à frente de um conjunto de acções mundiais em prol da sustentabilidade dos mares
Karnenu Vella

A União Europeia (UE) ambiciona chefiar uma parceria global em prol da sustentabilidade dos oceanos, admitiu ontem, em Lisboa, o comissário europeu do Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, Karmenu Vella, na sessão de abertura do Dia Marítimo Europeu (DME). Esta missão, todavia, requer uma acção global urgente e há muito a fazer nesta matéria, apesar do esforço já desenvolvido nesse sentido.

Entre as iniciativas desta agenda nas quais a UE está envolvida constam a luta contra a pesca ilegal ou não reportada, a criação de zonas marinhas protegidas fora de águas sob jurisdições nacionais, as medidas de interdição do uso de plásticos de utilização única ou as obrigações de descarga da pesca, para mencionar apenas algumas, destacadas por Karmenu Vella.

Na ocasião, o comissário lembrou que actualmente cerca de 80 por cento das preocupações da Direcção-Geral dos Assuntos Marítimos e das Pescas (DG MARE) da Comissão Europeia são relacionadas com o mar e apenas 20 por cento com outros temas, ao contrário do que sucedia quando assumiu o cargo.

Karmenu Vella sublinhou também que no contexto da sustentabilidade dos oceanos, “o plástico não é o único problema”. Existem outros, como “os nutrientes agrícolas que escorrem para o mar e os rios e danificam os oceanos mais 30 por cento do que os plásticos”, referiu o comissário.

Numa intervenção marcada pela preocupação com a sustentabilidade dos oceanos, Karmenu Vella referiu os desafios que se colocam à Europa e ao mundo nesta matéria, como a poluição marinha, o controlo da pesca, a literacia sobre os oceanos, o apoio às comunidades costeiras ou a governação internacional dos mares, e deixou como mensagem final a ideia de que “temos que deixar de tomar os oceanos por garantidos”.



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