USS Carl Vinson

Uma força militar naval dos Estados Unidos chefiada pelo porta-aviões USS Carl Vinson partiu de Singapura rumo às águas da Península da Coreia, segundo adiantava ontem a estação CNN. A sua deslocação representa uma alteração aos planos da frota, que deveria visitar portos na Austrália, segundo adiantaram à CNN fontes da Marinha dos Estados Unidos.

O porta-aviões já ali tinha estado em Março, mas a sua recente deslocação ocorre dias após o lançamento de mísseis Scud por parte da Coreia do Norte, que terão explodido no ar, segundo refere a CNN com base em informações recolhidas junto do Departamento de Defesa norte-americano, e poucas horas depois de uma cimeira entre os presidentes da China e dos Estados Unidos na Florida.

Segundo a CNN e outros meios de comunicação, o tema do programa de armas nucleares da Coreia do Norte terá estado na agenda dos dois presidentes e tem constituído motivo de preocupação dos dois países, onde a questão é considerada uma ameaça à segurança regional.

Recorde-se que dias antes da cimeira com o presidente chinês, Donald Trump tinha referido que os Estados Unidos estavam preparados para agirem unilateralmente no sentido de impedir o avanço do programa nuclear militar norte-coreano.

O USS Carl Vinson é um porta-aviões nuclear de 97 mil toneladas, com mais de 60 aviões a bordo e uma tripulação de 5 mil pessoas, adianta a CNN. Com ele navegam rumo à Península da Coreia os destroyers USS Wayne E. Meyer e USS Michael Murphy, bem como o cruzador USS Lake Champlain, refere a estação, apoiada em fontes oficiais da Marinha norte-americana.

Dias depois de uma intervenção na Síria, onde bombardeou a base aérea do Governo da qual podem ter partido aviões equipados com armas químicas, segundo Donald Trump, a Marinha norte-americana efectua outra demonstração de força, agora, contra a Coreia do Norte.

No primeiro caso, os Estados Unidos terão prevenido a Rússia que, segundo alguns analistas, teria aviões naquela base, mas que terão sido poupados ao ataque norte-americano. No segundo, Donald Trump terá manifestado pessoalmente ao presidente chinês as suas intenções antes de avançar.

Em ambos os casos, os Estados Unidos revelam determinação para demonstrações de força em zonas sensíveis do globo, susceptíveis de leituras diversas, quer no plano externo, quer no plano interno, e que parecem contradizer a mensagem de isolacionismo que Donald Trump fizera passar na sua campanha para a presidência, denotando o que pode ser uma estratégia militar mais intervencionista do que se esperaria desta Administração.



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