Teste ao magnetismo do fundo marinho de zona ao largo da Parede pode servir a veículos robotizados autónomos e demonstra possibilidades de parcerias entre a Associação David Melgueiro e a comunidade científica
Associação David Melgueiro

Uma equipa de cientistas do Instituto Superior Técnico (IST), apoiada por um elemento do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) realizou esta semana um teste a um equipamento tecnológico para análise magnética a fundos marinhos a cerca de 400 metros da costa da Parede. O teste foi realizado com recurso à embarcação Anixa, da Associação David Melgueiro, no âmbito de um projecto financiado pelo IST e pelo Korean Advanced Institute of Science & Technology (KAIST).

Tratou-se do primeiro teste com um gradiómetro magnético montado pelos elementos do IST, um equipamento composto por dois magnetómetros (um a maior profundidade do que outro) para medição do gradiente, ou seja, neste caso, para medir a diferença entre o magnetismo detectado pelo magnetómetro colocado a maior profundidade e o magnetismo registado pelo seu irmão gémeo a menor profundidade.

Dotado de sensores, este equipamento visa testar soluções que podem aproveitar, essencialmente a veículos robotizados autónomos no que respeita à análise e investigação do fundo marinho. O estudo e utilização do conhecimento do magnetismo dos fundos marinhos não é uma novidade e tem sido desde há anos objecto do sector militar, com aplicação, por exemplo, nos submarinos.

O recurso ao Anixa foi uma demonstração da colaboração entre a Associação David Melgueiro e o sector científico, afinal, o objectivo para o qual foi constituída a associação. Criada em 2014, a associação está sedeada na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Instituto Politécnico de Leiria e visa apoiar actividades científicas e técnicas nas áreas da preservação ambiental, das ciências do mar, biológicas, atmosféricas e da Terra, da oceanografia, da arqueologia submarina e do mergulho.

Neste momento, a associação tem um projecto para realizar um programa científico multidisciplinar arrojado, “centrado no oceano, na ciência polar e a mudança climática”, congregando equipas de engenharia e outras ciências, como se refere na página na sua página no facebook. O projecto requer uma embarcação à vela de investigação capacitada para navegar em regiões polares, dotada de determinados equipamentos, com a qual se pretende recriar a “viagem atribuída a David Melgueiro em 1660 pela Passagem do Noroeste”.



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