Limitações na capacidade submarina da NATO e um aumento da capacidade submarina russa constituem uma ameaça à logística militar e às comunicações por cabos submarinos no Atlântico
RIMPAC

O Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou recentemente a meios de comunicação alemães que a crescente capacidade militar naval russa, especialmente a capacidade submarina, é uma ameaça à logística e às comunicações entre a Europa e a América do Norte, refere o Maritime Executive.

De acordo com Jens Stoltenberg, a Rússia colocou no serviço activo 13 novos submarinos desde 2014, aumentando o nível de prontidão da sua frota de submarinos para “o nível mais alto desde a Guerra Fria”. E recordou que a NATO, enquanto aliança transatlântica, que transporta tropas e equipamentos pelo Atlântico, precisa de vias marítimas abertas.

Para o mesmo responsável, parte da ameaça recai sobre os cabos submarinos que ligam os aliados da NATO entre si e com o resto do mundo. Segundo refere o Maritime Executive, por cerca de 213 sistemas de cabos submarinos circulam 97% das telecomunicações mundiais e 8,4 triliões de euros diários em transacções financeiras, e esses sistemas estão isolados e acessíveis ao público, o que os torna vulneráveis a espionagem e ataques.

E, como dizia recentemente um comandante de forças submarinas da NATO, o Contra-almirante Andrew Lennon, ao Washngton Post, “actualmente, assistimos a actividade submarina russa na vizinhança de cabos submarinos, de um modo nunca visto até agora”.

Enquanto isto acontece, a NATO tem vindo a reduzir a sua capacidade submarina desde o fim da Guerra Fria. E nesse contexto, torna-se especialmente preocupante, segundo Jens Stoltenberg, a ausência da frota de submarinos alemães, com os quais a NATO conta no caso de um confronto com a Rússia.

Desde o acidente com o U-35 ao largo da Noruega, todos os seis submarinos alemães do tipo 212A recolheram aos estaleiros para reparações. O U-31 só deve estar novamente disponível no próximo Verão e quatro de um grupo de seis só deve regressar à actividade no final do próximo ano.



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