O Sindicato dos Estivadores e Actividade Logística reagiu à acusação de intimidação feita pela Yilport Sado e Operestiva, desmentindo a versão destas, retribuindo a acusação de intimidação à Operestiva e alegando que o que se passou foi uma confraternização de estivadores
DNV GL

No seu blogue «O Estivador», o Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística (SEAL) vem desmentir “qualquer intimidação por parte dos estivadores que se concentraram à porta do porto de Setúbal” no último Sábado, contrariando a versão da Yilport Setúbal (Sadoport) e Operestiva – Empresa de Trabalho Portuário de Setúbal, de que aqui demos conta. De acordo com o SEAL, o que se passou foi “mais um episódio grotesco” de uma história que o sindicato conta no seu blogue.

Segundo o SEAL, “tudo começou no passado dia 16 de Outubro, quando trabalhadores eventuais do porto de Setúbal foram chamados para uma reunião com o Conselho de Administração da Operestiva, detida parcialmente pelo grupo turco Yilport”, na qual, “os membros do Conselho de Administração, ao contrário do que acusam, usaram e abusaram do assédio e da intimidação sobre os estivadores eventuais que tinham sido despedidos na véspera, e foram pressionados a aceitar negociar individualmente um contrato de trabalho”, apesar da greve em curso e “da vontade expressa dos eventuais em serem representados pelo SEAL nessa negociação”.

“Face à recusa em negociar individualmente por parte da totalidade dos trabalhadores eventuais”, refere o SEAL, “o Conselho de Administração tentou, no passado Sábado, dia 27 de Outubro, nova reunião de assédio e intimidação, sendo que, tal como tinham afirmado aos trabalhadores eventuais que a porta das negociações estava escancarada e que era o SEAL quem se recusava a negociar”.

Nesse contexto, prossegue o SEAL, “os eventuais decidiram solicitar a presença de quatro directores do Sindicato Nacional para os representar nas negociações, mas, ao contrário do que tinham afirmado, essa presença foi negada pelo Conselho de Administração”, sublinhando que “face à recusa do Conselho de Administração em aceitar a presença do SEAL”, “os trabalhadores eventuais recusaram reunir“ com o Conselho de Administração “nos moldes que lhes estavam a ser propostos”.

Na ocasião, os trabalhadores terão deixado claro que “rejeitam qualquer veleidade dos patrões em negociar individualmente aquilo que, necessariamente, só pode fazer parte de um processo de negociação colectiva séria”.

Diz ainda o SEAL que “é falso que se tenham deslocado estivadores de Lisboa”, conforme referiram a Yilport Setúbal e a Operestiva, “para ajudar os eventuais a intimidar quem quer que fosse”, acrescentando que “o que aconteceu é que quatro directores do SEAL foram chamados por esses eventuais para estarem presentes na reunião, a qual o Conselho de Administração recusou” e que “face à incompatibilidade de posições, a única coisa que acabou por acontecer no passado Sábado foi uma inesperada confraternização de estivadores junto a uma das portarias do porto de Setúbal, que travou a continuidade da intimidação e do assédio a que estes estivadores eventuais têm vindo a ser sujeitos”.



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