A organização, que defende o uso do GNL como combustível marítimo, quer acelerar a formalização da proibição de combustíveis com mais de 0,5% de enxofre pela IMO
GNL

A SEA/LNG, entidade que reúne vários operadores industriais favoráveis à adopção do gás natural liquefeito (GNL) como combustível marítimo, exprimiu publicamente o seu apoio à proposta da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla inglesa) de banir o transporte marítimo de combustíveis com teor de enxofre superior a 0,5% a partir de Janeiro de 2020.

De facto, a IMO esboçou emendas ao Anexo VI da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios (MARPOL) no sentido de proibir o transporte desse tipo de combustíveis a bordo a partir dessa data. As excepções admissíveis serão casos de navios que disponham de um «compromisso equivalente» à regra do limite ao teor de enxofre, como os scrubbers (sistemas de limpeza dos gases de escape), ou que estejam em testes de sistemas ou tecnologias relacionados com a redução de emissões para a atmosfera.

Para a SEA/LNG, importa formalizar a aprovação destas emendas à MARPOL já na próxima reunião do Comité de Protecção do Ambiente Marinha da IMO (o MEPC, ou Marine Environment Protection Committee 72), em Abril deste ano, para garantir a sua adopção na reunião seguinte do comité (MEPC 73), em Outubro.

“Isso permitirá à indústria do transporte marítimo trabalhar com a IMO e as autoridades dos Estados no desenvolvimento de processos robustos e consistentes de aplicação da regra de forma oportuna”, refere Peter Keller, chairman da SEA\LNG e vice-presidente da TOTE, uma operadora de transporte marítimo doméstico dos Estados Unidos.

“A proibição desse transporte, como proposta, dará maior certeza às empresas de transporte marítimo, tendo em conta as opções de investimento em novos navios ou conversão dos existentes para GNL, no sentido de se adaptarem às novas regras” e “diminuirá as hipóteses destes investimentos serem minados por operadores menos escrupulosos que queiram continuar a queimar combustíveis proibidos”, refere Peter Keller.

Para este responsável, a concretização da proibição também constituirá uma mensagem forte aos fornecedores, pressionando-os a fazer os investimentos necessários nas infra-estruturas de modo a poderem responder à procura de combustível conforme às novas regras.



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