As sanções dos Estados Unidos ao Irão entrarão em vigor em dois momentos: o primeiro, em 6 de Agosto, e o segundo em 4 de Novembro. O que dará tempo à indústria, designadamente ao transporte marítimo, tempo para se ajustar ao novo contexto comercial e político internacional
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Embora venha a ser afectado pela decisão de Donald Trump de retirar os Estados Unidos do acordo sobre energia nuclear com o Irão, devido às sanções a impôr ao regime iraniano, o transporte marítimo internacional terá tempo para se ajustar à nova realidade, refere o Maritime Executive, citando um relatório da empresa de advogados Winston & Strawn.

A publicação lembra que o Departamento de Estado e o Departamento do Tesouro (o equivalente aos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e das Finanças) do Governo norte-americano estão a trabalhar num plano de implementação de sanções ao Irão que só estará integralmente implementado em 4 de Novembro. O que confere à indústria um período de transição de 180 dias para se adaptar.

Refere-se também que a primeira vaga de sanções será aplicada a partir de 6 de Agosto e incidirá sobre transacções que envolvam a moeda iraniana, ouro ou outros metais preciosos, negócios feitos em dólares com o Governo do Irão e operações que envolvam a dívida soberana iraniana.

A partir de 4 de Novembro, será implementada outro pacote de sanções, que incidirá sobre operadores portuários, construtores navais, empresas de transporte marítimo (incluindo a Islamic Republic of Iran Shipping Lines, ou IRISL, e a South Shipping Line Iran), transacções de Bancos estrangeiros com o Banco Central do Irão e outras instituições financeiras iranianas, transacções petrolíferas com  National Iranian Oil Company (NIOC) e a National Iranian Tanker Company (NITC), seguros feitos a indústrias iranianas (incluindo o transporte marítimo) e ainda sobre o sector energético do Irão.

Os dados da Winston & Strawn referidos pela publicação revelam que, tal como no anterior período de sanções, entre 2012 e 2016, as entidades não americanas sentirão o impacto das sanções secundárias. As refinarias europeias e os operadores de navios tanque estarão mais expostos, dado que a Europa consome cerca de 600 mil barris por dia de crude iraniano e várias operadoras europeias desses navios transportam uma grande parte dessa exportação do Irão.

 



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