Um comité do Senado italiano, por 16 votos a favor e 6 contra, bloqueou a realização de um julgamento do ministro do Interior, Matteo Salvini, que estava sob investigação por suspeita de sequestro de 150 migrantes mantidos a bordo de um navio da Guarda Costeira de Itália, o Diciotti, refere o Maritime Executive.
Lembra a publicação que em 15 de Agosto de 2018, o navio italiano resgatou e recolheu a bordo 190 migrantes de uma embarcação sobrelotada ao largo de Lampedusa. Depois de 13 pessoas terem sido autorizadas a receber cuidados médicos em terra e de o ministro italiano dos Transportes, Danilo Toninelli, ter autorizado o navio a entrar no porto de Catânia, na Sicília, Matteo Salvini terá insistido que os migrantes só poderiam desembarcar se fossem depois recebidos por outros Estados. Salvini recuou, permitindo o desembarque de 27 menores, mas 150 pessoas ficaram retidas a bordo até 26 de Agosto, tendo sido recebidas pela Igreja Católica, Albânia e Irlanda.
Os Procuradores de Catânia abriram um inquérito à actuação de Salvini, por abuso de autoridade e sequestro, puníveis até 15 anos de prisão, refere a publicação. O ministro terá então dito que nada temia e manifestado o desejo de ser preso pela sua decisão. Em Janeiro, um Tribunal siciliano decidiu levar o caso a julgamento, algo que o Senado tem competência para impedir, conforme agora se prepara para fazer. Uma votação na generalidade, no final de Março, deverá confirmar a orientação do comité.
O caso foi um teste ao Movimento Cinco Estrelas (parceiro da Liga no Governo), cujo líder, Luigi Di Maio, terá afirmado a propósito de um antecessor de Salvini no Executivo de Itália, que não era admissível ter um ministro do Interior sob investigação. Com o actual ministro do Interior sob investigação, o Cinco Estrelas convocou um referendo interno sobre se Salvini devia ser julgado. Quase 60% votaram pelo fim da investigação, pelo que o comité do Senado, chefiado pelo Cinco Estrelas, votou conforme a orientação do partido.
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