Sem surpresa, os estaleiros do sul da Ásia receberam a grande fatia dos navios vendidos para desmantelamento no primeiro trimestre deste ano, apesar das condições muitas vezes pouco recomendáveis, quer no plano ambiental, quer no plano da segurança das condições de trabalho
International Ship Recycling Association

Dos 206 navios desmantelados em todo o mundo no primeiro trimestre deste ano, 152 foram-no nas praias da Ásia do Sul, onde as condições de abate dos navios são desde há muito criticadas pelo dano que provocam ao ambiente e pela falta de segurança laboral, segundo dados da organização não-governamental (ONG) Shipbreaking Platform.

De acordo com esta ONG, no período em análise, os armadores da Coreia do Sul e dos Emirados Árabes Unidos, foram os que mais navios venderam para o sul da Ásia (14 de cada país), seguidos pelos armadores gregos e russos. O armador que mais navios vendeu (sete) para desmantelamento nesse destino foi a Sinokor, da Coreia do Sul, seguida pela compatriota H-Line Shipping (cinco).

No mesmo período e segundo a mesma ONG, apenas três navios de pavilhão europeu acabaram nas praias do sul da Ásia, com bandeiras da Bélgica, Itália e Noruega.

A Shipbreaking Platform refere ainda que este ano já morreram 10 trabalhadores e ficaram gravemente feridos dois durante operações de desmantelamento de navios em Chittagong, no Bangladesh. E dois foram dados como mortos num acidente num estaleiro de desmantelamento de navios em Alang, na Índia, refere a mesma ONG com base em num relato do jornal Times of India.

A mesma organização refere ainda que os preços oferecidos pelos navios nos estaleiros de desmantelamento do sul da Ásia são bastante superiores aos oferecidos pelos estaleiros turcos e chineses.



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