Projecto a três anos, co-financiado pelo FEDER em 85%
Projecto CORAL

O projecto de investigação científica CORAL – Sustainable Ocean Exploitation Tools and Sensors, destinado a desenvolver novos instrumentos tenológicos e sensores para operações em diferentes ambientes marinhos, incluindo o mar profundo, acaba de entra em velocidade de «cruzeiro».

Iniciado em 2016, este projecto de investigação resulta de uma parceria entre o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR) e o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) da Universidade do Porto, e tem a duração de três anos.

Segundo apurámos, o projecto comporta um investimento elegível de 2.297.129,07 euros, financiado a 85% (1.952.559,71 euros) pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), tem como lema «Conhecer para intervir» e possui duas linhas de investigação, coordenadas por Eduardo Silva, coordenador do Centro de Robótica e Sistemas Autónomos do INESC TEC e docente no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) e Filipe Castro, investigador do CIIMAR.

A primeira destas linhas de pesquisa é designada Bluetools (Tools and Technologies for management of Deep Sea resource Exploitation) e “pretende responder à necessidade crescente da criação de ferramentas e tecnologias robóticas de ponta capazes de operar em ambientes marinhos, para monitorização e exploração do solo dos fundos marinhos”, segundo informa fonte próxima do projecto.

Para Eduardo Silva, “estas novas soluções tecnológicas serão combinadas com o desenvolvimento de directivas, métodos de avaliação de risco e impacto e recomendações para uma futura exploração mineira dos recursos não vivos de profundidade na União Europeia”.

A segunda linha, denominada BlueSensors (Photonic Technologies for Ocean Monitoring and Exploitation), “dedica-se ao desenvolvimento de sensores inovadores baseados em tecnologia fotónica para operação em ambientes marinhos, cujo carácter instável e agreste levanta vários desafios científicos”, refere fonte próxima do projecto.

Neste contexto, a mesma fonte esclarece que “a criação de sensores físicos, químicos e biológicos para uma percepção in-situ capaz de fornecer informações críticas em múltiplas dimensões – compreensão da evolução da qualidade da água, avaliação do impacto na biodiversidade, avaliação da integridade dos navios e infra-estruturas marinhas – é condição fundamental para uma gestão eficiente e sustentável da exploração dos recursos marinhos”.

Para Filipe Castro, “o mar profundo contém uma vasta reserva de recursos, tanto de origem mineral como biológica, com um vasto potencial no entanto, muitos desses recursos estão localizados em ecossistemas sensíveis, que são mal estudados e compreendidos”, acrescentando que “neste contexto, é fundamental o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas e sensores adequados para assegurar uma exploração sustentável e responsável destes recursos marinhos e ainda a implementação de acções estratégicas com impacto nacional e regional”.



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