Para o Secretário de Estado do Mar, não será possível a Portugal explorar o seu imenso mar na ausência de conhecimento e tecnologia que implicarão a cooperação com outros Estados

Portugal tem de olhar primeiro para a sua área marítima e identificar que tipo de parcerias poderá estabelecer com outros Estados tendo em vista a exploração dita comercial desta área, que só será possível mediante o desenvolvimento do conhecimento do mar e dos seus recursos. Para Manuel Pinto de Abreu, Secretário de Estado do Mar, Portugal pode por si só continuar a conhecer e a investigar o seu mar, mas tal acabará por demorar muito tempo e não será suficiente.

Na verdade, muitas vezes, o que está em causa é a ausência de tecnologia para fazer uma exploração comercial (destaque seja feito, neste sentido, para o papel essencial que a biotecnologia poderá vir a ter). São investimentos muito grandes que vão desde as plataformas até ao aproveitamento dos recursos e, por isso mesmo, não haverá muitas empresas interessadas nisto, segundo afirmou no decorrer de mais uma sessão do Ciclo de Mar na SEDES, intitulada «Extensão da Plataforma Continental: Implicações Geoestratégicas e Geopolíticas», ocorrida no passado dia 11 de Dezembro.

Por outro lado, importa igualmente referir a necessidade de Portugal se reposicionar geopolítica e geoestrategicamente, sobretudo no que respeita ao Golfo da Guiné e ao Árctico, regiões que envolverão futuramente uma maior negociação por parte dos Estados. No caso do Árctico, esta região encontra-se plena de recursos, em especial de hidrocarbonetos e de minerais metálicos, sendo estes últimos fundamentais para Portugal; recorde-se que em 2018 haverá um deficit muito grande de cobre.

 

 



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