Portugal mantém uma posição “coordenada no seio da União Europeia, que tem sido contra a caça à baleia”, referiu Luís Freitas, biólogo e representante de Portugal na Comissão Baleeira Internacional (CBI), em entrevista recente ao jornal Público a propósito da decisão do Japão de abandonar aquela comissão (na qual permanecerá como observador) e da qual aqui demos conta.
Para Luís Freitas, “há que manter um diálogo com o Japão”, acrescentando que a posição portuguesa é justificada pelo facto de “termos tido capacidade de passar da caça à baleia nos Açores e na Madeira para uma utilização sustentável e não letal dos cetáceos através da observação de baleias e golfinhos com impacto nas comunidades locais”, conforme referiu ao Público.
De acordo com este responsável, as consequências da decisão para o Japão dependerão da reacção da comunidade internacional em vários planos: diplomático, das relações bilaterais e da opinião pública. A reacção doméstica também não será negligenciável. Além de ser uma incógnita a reacção da opinião pública japonesa, desconhece-se o impacto económico que a decisão possa ter.
“Como tem sido uma actividade altamente subsidiada pelo Governo japonês e não se podem exportar produtos de baleia, não há certeza de que o mercado japonês seja suficiente para o consumo de carne de baleia”, referiu Luís Freitas a propósito da eventual insustentabilidade económica da pesca comercial da baleia pelo Japão.
Mas o mesmo responsável um efeito positivo. “Ao abandonar a Comissão Baleeira Internacional, o Japão afirmou que só ia caçar baleias (comercialmente) nas suas águas territoriais e na zona económica exclusiva e que ia deixar de caçar para fins científicos”, o que implica a suspensão da pesca da baleia para fins científicos na Antárctica, sublinhou Luís Freitas.
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