De acordo com a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, nos primeiros nove meses deste ano, os portos do Continente perderam 2,76 milhões de toneladas de carga movimentada face a igual período de 2017
Porto de Sines

Entre Janeiro e Setembro, inclusive, os portos do Continente movimentaram 70,7 milhões de toneladas de mercadoria, menos 3,8% (-2,76 milhões de toneladas) do que no período homólogo de 2017, segundo o mais recente relatório da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT). O documento refere também que os quatro principais portos perderam carga “face às respectivas marcas do mesmo período do ano anterior”.

Esta quebra geral “resulta de variações negativas quer na carga embarcada, quer na carga desembarcada, de -1,24 e -1,52 milhões de toneladas”, que corresponde a -4,1% e -3,5%, respectivamente”, refere a AMT. O relatório assinala também, a propósito da carga, “um comportamento genericamente negativo em ambos os fluxos”, exceptuando os “embarques da carga Ro-Ro e Produtos Agrícolas, com acréscimos respectivos de +34% e +10,4%, e nos desembarques da Carga Contentorizada, com +0,3%, Ro-Ro, +1,6%, Outros Granéis Sólidos, +28,8%, e Outros Granéis Líquidos, +15,2%”.

Quanto aos portos, a AMT refere que se caracteriza “por uma variação negativa generalizada a nível dos embarques”, excepto nos “portos da Figueira da Foz e Faro, com acréscimos de +13,1% e 84%, respectivamente”. Mas que se inverte no fluxo de desembarque, “sendo o comportamento genericamente positivo, com as excepções negativas de Viana do Castelo (-9,5%), Figueira da Foz (-20%) e Sines (-7,4%), sendo de destacar os acréscimos registados em Aveiro (+8,8%) e Setúbal (+3,5%)”.

“O porto de Sines foi o que mais contribuiu para este desempenho negativo, registando, nomeadamente, perdas no valor de 1,1 milhões de toneladas no mercado do carvão, 920 mil toneladas nos produtos petrolíferos, 548 mil toneladas no petróleo bruto”, referiu a AMT, recordando que Lisboa e Setúbal também registaram perdas assinaláveis, “de 404 mil toneladas na carga contentorizada e de 222 mil toneladas na carga fraccionada, respectivamente, representando, no conjunto dos três portos, 71,3% de carga perdida”.

Apesar desta quebra (-6% face ao período homólogo de 2017), o porto de Sines mantém a principal quota de mercado da cara movimentada em Portugal (51,4%), seguido do porto de Leixões “com uma quota de 20,5%”, Lisboa (12,4%), Setúbal (7,1%), e Aveiro (5,8%).

“Por constituir o mercado mais importante em termos de volume de carga movimentada”, refere a AMT, a carga contentorizada registou uma inflexão na “sua evolução negativa que havia sido observada no porto de Sines desde o início de 2018, fixando-se no período Janeiro a Setembro de 2018 em +1,1% face ao período homólogo de 2017”.

Diz ainda a AMT que “em termos globais, e muito por efeito do comportamento do porto de Lisboa, que ´perdeu’ cerca de -404 mt (-10,6%), mas acompanhado por Figueira da Foz e Setúbal (com quebras respectivas de -14,7% e -5,3%), assiste-se ainda a uma tonelagem inferior à movimentada no período homólogo de 2017 em quase -0,5%”.

No seu relatório, a AMT refere também que “o movimento geral de navios, considerando as diversas tipologias, incluindo os de cruzeiro de passageiros, e independentemente das operações que efectuaram, reflecte uma quebra global de -2,6% em termos do número de escalas e de -1,7% em volume de arqueação bruta, totalizando respectivamente 8.068 escalas e 153,1 milhões”.

“Os portos que detêm as quotas mais significativas no número de escalas são Leixões, Lisboa e Sines com, respectivamente, 24,5%, 22,5% e 19,8%, sendo que Sines toma a dianteira no que respeita à arqueação bruta com 42,8%, seguido de Lisboa, com 22,3% e Leixões com 17%”, esclareceu a AMT.

 



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