Os portos e infra-estruturas costeiras precisam prevenir-se para os piores cenários: os impactos que se antevêem das alterações climáticas, de acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), podem causar sérios problemas, segundo vários meios de comunicação internacionais.
“As áreas mais atingidas, as zonas costeiras, afectarão todos, uma vez que a maior parte do comércio é administrado por navios e portos internacionais”, referiu Regina Asariotis, Directora de Política e Legislação da UNCTAD, numa reunião paralela à COP24, este mês, referindo-se também aos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, bastante vulneráveis.
As advertências, no seguimento do prematuro reconhecimento de que as emissões de CO2 continuam a aumentar e, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês), essas emissões devem crescer em 2018 pela primeira vez em cinco anos, o que é “particularmente preocupante para os esforços globais para cumprir o Acordo de Paris”. Tais avisos vêm no entanto com uma solução: um esforço para uma “maior eficiência energética, mais energia nuclear e mais inovação como a captura e armazenamento de carbono e utilização e armazenamento de hidrogénio”, referiu Fatih Birol, Director Executivo do IEA.
A UNCTAD acredita que a indústria deve agir rapidamente, já que os impactos da mudança climática devem começar em 2030, quando o aquecimento global de 1,5 graus Celsius for atingido, de acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). E, ainda para mais quando as alterações previstas no nível do mar, temperatura, humidade, precipitação, inundações ou outros factores climáticos podem afectar os portos marítimos, bem como toda a infra-estrutura de transporte conectada e a rede global de cadeias de abastecimento.
Notando-se a actual “desconexão entre as evidências da comunidade científica e o ritmo da mudança de política feita pelos Governos”, a pesquisa da UNCTAD é um apoio para “colmatar esta lacuna, fornecendo informações baseadas em evidências para ajudar os decisores políticos a compreender as áreas que mais se encontram em risco e o tipo de intervenções políticas necessárias para gerir o risco, adaptar e reduzir impactos económicos potenciais”, pode ler-se no World Maritime News.
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