Multiplicam-se as críticas e as preocupações face ao anunciado aumento de tarifas sobre o aço e o alumínio importados pelos Estados Unidos. Responsáveis de um porto e dos retalhistas norte-americanos temem perda de empregos, aumento do preço de bens de consumo e dificuldades para as exportações
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Depois do Governador da Virgínia e da ministra dos Negócios Estrageiros do Canadá, foi a vez do presidente e CEO do porto de Nova Orleães (NOLA, na sigla em inglês), Brandy Christian, criticar a imposição de taxas de 25% e 10%, respectivamente, sobre o aço e o alumínio importados pelos Estados Unidos, conforme divulga o World Maritime News.

De acordo com este responsável, a imposição arbitrária de taxas sobre esses produtos, que a Administração Trump anunciou no dia 1 de Março, terá um impacto negativo nos portos, na comunidade marítima e nos fabricantes dos Estados Unidos, entre outras indústrias consumidoras de aço.

O porto que administra é particularmente sensível à medida, “porque as commodities são importantes fontes de receitas e geradoras de postos de trabalho em número significativo na área dos transportes”, refere o CEO do NOLA. Um porto que importou 2,48 milhões de toneladas de aço em 2017, equivalente a 83% da sua tonelagem de cara fraccionada e 30% da tonelagem de toda a carga ali movimentada nesse ano.

Brandy Christian acrescentou que “a reacção de outros países e o seu desejo de retaliarem contra as exportações dos Estados Unidos são uma preocupação para o NOLA e outros portos ao longo do Baixo Mississippi”, dado que o Estado da Louisiana “é líder na exportação de produtos agrícolas do país para mercados além-mar, com “uma quota aproximada de 60% da exportação de cereais de todo o Midwest”.

Quem juntou a voz a estas críticas foi o presidente e CEO da Federação Nacional de Retalhistas dos Estados Unidos, Matthew Shay, igualmente citado pelo World Maritime News, que afirmou que esta medida representa “um imposto sobre as famílias americanas”, argumentando que o aumento artificial dos custos de matérias-primas como o aço e o alumínio reflecte-se em preços mais elevados de bens diversos, desde “enlatados a automóveis”.

“A verdade é que não há nada no país que ganhe com esta política unilateral”, referiu Matthew Shay, acrescentando que “estas taxas ameaçam destruir mais empregos nos Estados Unidos do que os que cria, enviam um sinal de alarme aos nossos parceiros comerciais e diminuem os mercados além-mar para produtos americanos”.



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