O contributo do porto de Lisboa para o aumento do volume de carga movimentada nos portos do Continente nos primeiros sete meses deste ano face ao período homólogo de 2016 é o que merece maior destaque por parte da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) no seu mais recente documento dedicado ao «Acompanhamento do Mercado Portuário».
De acordo com a AMT, a carga movimentada no porto de Lisboa entre Janeiro e Julho (inclusive) de 2017 (6,96 milhões de toneladas) foi 26,8% acima da do mesmo período do ano anterior. Um crescimento superior aos dos restantes portos nacionais que registaram crescimento no movimento de mercadorias no período em análise – Aveiro (+21,8%), Leixões (+7,4%), Figueira da Foz (+6,4%) e Sines (+5,1%).
A AMT, no entanto, assinala que este comportamento do porto de Lisboa “é condicionado pela diminuição de tráfego verificada em 2016, nomeadamente por efeito das greves dos trabalhadores portuários, que induzirá um efeito de crescimento do tráfego de 2017”. O porto de Lisboa também registou o maior crescimento em termos absolutos (+1,5 milhões de toneladas), refere a AMT.
A mesma entidade destaca igualmente o crescimento em termos absolutos do porto de Sines (+1,5 milhões de toneladas, tal como Lisboa, ainda que no total corresponda a menos 2 mil toneladas do que em Lisboa). Também aqui a AMT sublinha que o comportamento portuário de Sines é condicionado “pelo acréscimo extraordinário de tráfego em 2016 por efeito da operação de transbordo de Petróleo Bruto com destino a Leixões, que constituirá uma barreira ao seu crescimento durante o ano de 2017”.
No tráfego global de contentores, que tem uma importância especial no transporte multimodal de mercadorias e suporta “a movimentação da Carga Contentorizada e de parte da carga Ro-Ro, incluindo, naturalmente, o movimento de contentores vazios”, conforme esclarece a AMT, o porto de Lisboa volta a destacar-se, com um aumento de 51,1% face ao período homólogo de 2016, tal como o de Sines, com uma subida de 29,9%.
A subida do porto de Lisboa nesta matéria não invalida que o porto de Sines mantenha a maior quota de mercado neste segmento (52,9%), ainda que inferior em 1% à que detinha no período homólogo de 2016, seguido do porto de Leixões (19,7%) e de Lisboa (12,2%), que recuperou 1,9% de quota.
A AMT refere ainda, a este propósito, que “o movimento global de contentores continua numa trajectória de crescimento, registando novamente o valor mais elevado de sempre nos períodos homólogos, ao atingir 1,12 milhões de unidades e 1,82 milhões de TEU, traduzindo acréscimos de +17,8% e +20,1%, respectivamente”.
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