Investigadores da Universidade de Queensland e de Griffith concluem que esta diminuição se deve, principalmente, à pesca excessiva.
Tubarões na Austrália

No seguimento dos ataques de tubarões de que várias pessoas foram alvo na Austrália ao longo dos anos, os Estados australianos tentaram tomar algumas medidas para reduzir tal risco, incluindo a utilização de drones para localizar tubarões perto de surfistas, ou mesmo a captura e abate (tendo-se chegado a capturar 70 tubarões antes da estratégia ter sido abandonada devido a recomendação das autoridades ambientais). Assim, a Costa de Queensland viu o número de tubarões diminuir nas últimas décadas, segundo a nature (International Journal of Sience).

Investigadores da Universidade de Queensland e de Griffith analisaram dados de programas de controlo de tubarões desde 1960 para avaliar mudanças nas populações e concluíram que “nos últimos 50 anos se deu um declínio dramático no número de tubarões no litoral de Queensland. O número de tubarões selvagens nas nossas praias diminuiu entre 74% e 92%”, elucida George Roff, da Universidade de Queensland.

“Os resultados são impressionantes”, acrescentou, explicando que “na mesma época, o tamanho dos tubarões também diminuiu, por isso, há menos tubarões menores nas praias de Queensland do que havia há 50 anos, e isso inclui os tubarões-martelo, globalmente ameaçados, com um declínio de 92%, e os tubarões brancos, reconhecidos na lista como vulneráveis, que não mostraram nenhum sinal de recuperação, apesar das protecções colocadas em prática há mais de duas décadas para deter a pesca”.

Estima-se que 100 milhões de tubarões são mortos por ano, devido à pesca comercial e recreativa e à procura de carne de tubarão, que continua a aumentar, o que pressiona ainda mais tais populações. Só a Austrália tem 170 tipos de tubarões de cerca de 440 espécies, das quais os tubarões brancos e cinzentos são os mais ameaçados. Pelo que, apesar de vários factores, como as alterações climáticas, poderem explicar tal declínio, os investigadores culpam especialmente a pesca excessiva.



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