Desde ontem e até 31 de Julho, os pescadores retomam a possibilidade de pescar sardinha, até um limite de 4.855 toneladas, sujeito a restrições diárias, medidas de protecção dos juvenis e monitorização da pescaria de que aqui demos conta oportunamente.
Em declarações públicas, Humberto Jorge, presidente da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (Anopcerco), considerou que não escasseará sardinha durante as festas dos Santos Populares e que o preço oscilará entre 1,5 e 4 euros, conforme a ocasião. O preço poderá encarecer pontualmente, mas o valor médio não deverá ter grandes variações, admitiu o mesmo responsável.
De acordo com a TSF, que cita este responsável da Anopcerco, “o sector aceitou que esta proibição se prolongasse até ao final de Maio porque sabia que depois as possibilidades de pesca que ia ter até final de Julho seriam poucas”, pelo que o seu objectivo “foi concentrar a nossa atividade nos meses de Julho e de Julho, quando há uma grande procura de sardinha e não queríamos que faltasse sardinha nessa altura”.
Já a partir de 1 de Agosto, as possibilidades de pesca dependerão dos dados científicos recolhidos nas campanhas científicas de Portugal e Espanha realizadas na Primavera, segundo terá admitido à Lusa o Ministério do Mar.
Igualmente à Lusa, o Ministério do Mar admitiu que está afastado o cenário de pesca zero, “defendido no parecer do ICES (Conselho Internacional para a Exploração do Mar) em Outubro de 2017, e também o limite de 1.587 toneladas de possibilidades de pesca, anunciado em 2015,” e acrescentou que “o Governo reforçou os cruzeiros científicos e as acções dirigidas ao reconhecimento, articulou com Espanha e a Comissão Europeia as medidas a tomar e, no contexto da comissão de acompanhamento da pesca da sardinha, reforçou a participação dos diversos interessados na gestão desta pesca”.
- Karapau: uma Aplicação ao serviço da remuneração dos pescadores
- Pesca: um sector crucial quase esquecido pelo Governo
- Aquazor: um dos mais avançados projectos de aquacultura offshore em Portugal
- Docapesca: náutica de recreio e o plano de investimentos
- Pela valorização do peixe e dos pescadores Portugueses
- Como se delapida Capital Natural
- Não pensamos a pesca e o futuro do sector pode estar em causa
- Uma nova era, finalmente, para a aquacultura em Portugal?