Este mês, por unanimidade, a Assembleia da República recomendou ao Governo que, por antecipação, garantisse os meios necessários para exercer a soberania sobre toda a plataforma continental estendida. A Resolução, aprovada em 10 de Maio, foi ontem publicada em Diário da República
Assembleia da República

Foi ontem publicada em Diário da República uma Resolução da Assembleia da República aprovada por unanimidade no passado dia 10 de Maio que recomenda ao Governo que promova a valorização da extensão da plataforma continental e o reforço do papel das regiões autónomas.

No texto da Resolução, o Parlamento solicita ao Governo a “aprovação célere da candidatura e do alargamento dos limites marítimos da plataforma continental”, a promoção da “valorização dessa nossa plataforma continental nos diferentes fora”, o realce do “potencial da profundidade atlântica da plataforma continental estendida numa gestão partilhada com as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira” e que garanta, “por antecipação, a presença e os meios necessários para o exercício da soberania nacional em toda a plataforma continental estendida”.

A Resolução tinha sido apresentada pela Comissão de Defesa Nacional na sequência de dois projectos de Resolução apresentados pelo PSD e pelo PS, dos quais resultou um texto comum, aprovado em 10 de Maio.

A proposta do PSD, na sua versão original, propunha que o Governo considerasse fixar parte dos recursos da Armada Portuguesa nos Açores no âmbito do alargamento da plataforma continental portuguesa. Na versão final, que entre os considerandos aludia ao facto de o Governo não responder a uma pergunta escrita sobre o alargamento da plataforma continental e de já ter sido ultrapassado o prazo regimental para a resposta, o PSD acrescenta a Madeira à sua sugestão de fixação dos recursos da Marinha portuguesa. Já a proposta do PS era semelhante à versão agora aprovada pela Assembleia.



Um comentário em “Parlamento recomenda ao Governo meios para exercer a soberania sobre a plataforma continental estendida”

  1. Pedro Valle Teixeira diz:

    Tudo muito interessante e edílico até!
    Como se o Governo Português pudesse controlar e condicionar o timing e a decisão da Comissão de Limites da Plataforma Continental das Nações Unidas, e com uma suposta afetação de meios navais nas ilhas, sem a concomitante e necessária programação, obtenção/construção dos mesmos! Política “oblige”!

    Por último, e completamente esquecido, a única entidade diretamente envolvida nas negociações da submissão Portuguesa, nas Nações Unidas, a EMEPC-Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, que por :

    Resolução do Conselho de Ministros n.º 84-A/2016
    A Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma
    Continental (EMEPC) foi criada pela Resolução do Conselho
    de Ministros n.º 9/2005, de 17 de janeiro, visando
    preparar, apresentar e assegurar a defesa da proposta de
    extensão da plataforma continental perante a Comissão de
    Limites da Plataforma Continental (CLPC), até à conclusão
    do respetivo processo nas Nações Unidas.

    e cujo Mandato termina por disposição desta mesma Resolução do C.M. em 31 Dezembro, corre o risco de não terminar a sua missão, não havendo entidade que a substitua na conclusão da mesma. A decisão da nossa Submissão irá muito para além de Dez. 2019
    Isto sem falar no que considero ser uma necessidade absoluta para a continuidade do brilhante trabalho científico realizado, a imprescindível manutenção desta estrutura, dos quadros qualificados que a integram e operação dos equipamentos que detém, na continuação da exploração da Plataforma Continental e suas potencialidades, bem como outras missões para as quais está capacitada e vocacionada!

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