António Costa é um dos 12 chefes de Governo que integra o painel, cujos resultados serão apresentados na Conferência do Mar das Nações Unidas, em 2020, em Lisboa
Biqueirão

Foi ontem apresentado em Nova Iorque o Painel de Alto Nível para uma Economia do Mar Sustentável, “que terá como objectivo avaliar o valor dos bens e serviços dos oceanos para o planeamento económico, bem como apoiar o uso sustentável dos recursos marinhos”, refere um comunicado deste painel. Um valor estimado em 2,5 biliões de dólares anuais e que deverá duplicar até 2030, consideram os promotores da iniciativa.

Composto por 12 chefes de Governo de 12 países, incluindo António Costa, e pelo Representante Especial para os Oceanos do Secretário-Geral da Nações Unidas, Peter Thomson, o painel será co-presidido pela Primeira-Ministra norueguesa Erna Solberg e pelo Presidente da República de Palau, Thomas Esang Remengesau, Jr. Pela primeira vez, dizem os promotores da iniciativa, líderes mundiais em exercício juntam-se “para firmar um pacto mundial de protecção dos oceanos”.

Na base do projecto estão alguns pressupostos sintetizados pelos promotores em dados estatísticos, como o facto de o mar alimentar “três mil milhões de pessoas, que dependem dele como fonte primordial de proteína”, cobrir “70% da superfície terrestre e constitui a maior biosfera do planeta, albergando 50 a 80% da vida na Terra”, produzir “50% do oxigénio da Terra”, absorver “25% do total das emissões de dióxido de carbono” e captar “90% do calor adicional gerado por essas emissões, o que faz dele o maior sumidouro de carbono do planeta”.

Nos próximos 180 dias, este painel fará uma investigação para obter de soluções de base científica para a crise dos oceanos, “encomendará uma série de Livros Azuis a peritos mundiais que estudem questões como as pescas sustentáveis, soluções de energia de origem marinha e o turismo, assim como novas estratégias para as zonas marinhas protegidas e o financiamento dos oceanos” e produzirá um roteiro para a acção que será apresentado na Conferência do Mar das Nações Unidas em 2020, prevista para Lisboa.

Os seus dirigentes “cooperarão igualmente para o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável para os Oceanos da ONU, ODS 14, realçando o papel fundamental que a economia do mar desempenha na concretização de um desenvolvimento sustentável”, referem os promotores.



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