Uma equipa internacional de investigadores, incluindo a Universidade do Havai em Manoa, pela voz do professor Chistopher Sabine, da Escola de Ciência e Tecnologia do Oceano e da Terra, (SOEST, sigla em inglês) demonstrou que o oceano está a absorver o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera gerado pelos combustíveis fósseis (a um ritmo crescente entre 1991 e o início dos anos 2000).
Segundo a Science, o oceano consumiu 34 GigaToneladas de carbono entre 1994 e 2007 – o que corresponde a 31% de todo CO2 produzido pelo homem. “A absorção e armazenamento pelo oceano de CO2 produzido pelo homem diminuiu significativamente os efeitos das alterações climáticas a que o planeta tem assistido até agora”, referiu Chistopher Sabine, um dos investigadores. “Conhecer o quanto o oceano pode absorver é fundamental para prever os impactos futuros da mudança climática”, conclui.
O oceano ocupa-se desta tarefa em duas etapas: primeiro, dissolvendo o CO2 na superfície da água, e depois, através da circulação do oceano – correntes oceânicas e processos de mistura – transporta lentamente o CO2 dissolvido para o interior do mar, onde se acumula com o tempo. Extravio sem o qual a concentração de CO2 na atmosfera e a extensão das alterações climáticas antropogénicas seriam consideravelmente maiores.
Este é um estudo que já tem vindo a ser trabalhado desde 2003, ano em que investigadores de sete países, incluindo Sabine, se uniram para participar num programa coordenado internacionalmente, no qual realizaram mais de 50 cruzeiros de pesquisa em todo o mundo ao longo de 10 anos. Mediram o C02 e outras propriedades químicas e físicas da superfície até à profundidade de seis quilómetros para criar uma imagem tridimensional da química do oceano, determinando assim o aumento no teor de CO2 oceânico como resultado da absorção oceânica. No entanto, segundo o estudo, quanto mais concentração de CO2 na atmosfera mais o oceano absorve. Absorção essa que se pode saturar, apesar de até agora esse ponto não ter sido atingido. “Ao comparar a nossa avaliação inicial com a análise recente, temos confiança de que o sumiço de carbono marinho esteja intacto, o que é reconfortante, mas tem um preço”, conclui outro investigador, Nicolas Gruber.
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