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A fundação holandesa Ocean Cleanup, que desenvolve tecnologias destinadas a retirar plástico do mar, anunciou que angariou 19,8 milhões de euros desde Novembro de 2016, o que lhe permitirá começar a ensaiar uma nova tecnologia de limpeza dos mares no Oceano Pacífico ainda este ano. A instituição conta apresentar detalhes sobre o projecto no próximo dia 11 de Maio, em Utrecht, na Holanda, num evento com cerca de 3 mil dos seus apoiantes. Para a Ocean Clenup, este ensaio constitui um marco importante rumo à limpeza em larga escala dos oceanos.

Segundo a fundação, com estes donativos, os fundos reunidos pela Ocean Cleanup desde 2013 ascendem a 28,8 milhões de euros. Ao longo deste período, tem vindo a desenvolver uma tecnologia de remoção de plástico, que recorre às correntes oceânicas para recolher e concentrar o plástico do mar, “reduzindo o tempo previsto de limpeza da Mancha de Lixo do Grande Pacífico de milénios para anos”, refere a instituição. Entre os apoiantes desta ronda de angariação de donativos, destacam-se os filantropos Marc e Lynne Benioff, de São Francisco, e um doador anónimo, além da Julius Baer Foundation, da Royal DSM e Peter Thiel, empresário de Silicon Valey.

A Mancha de Lixo do Grande Pacífico é um vórtex de detritos marinhos localizado no Pacífico Norte Central. Não sendo o único vórtex do género, já que também se formaram no Atlântico e no Índico, é porém o maior. Fica entre outras duas manchas semelhantes, às quais se liga através da Zona de Convergência Sub-Tropical do Pacífico Norte, uma espécie de auto-estrada para os detritos situada a poucas centenas de quilómetros do Havai e onde confluem águas mornas do Pacífico Sul com águas mais frias do Árctico.

A fundação acrescenta que “em vez de ir com navios e redes atrás dos detritos plásticos”, preferiu desenvolver “uma rede de longas barreiras flutuantes que actuam como uma linha costeira artificial, permitindo que as correntes oceânicas naturais concentrem o plástico”. Para preparar a implementação do sistema em larga escala, a fundação “organizou várias expedições destinadas a mapear a poluição pelos plásticos na Mancha de Lixo do Grande Pacífico com um detalhe sem precedentes”, refere a instituição. Entretanto, a Ocean Cleanup levou a cabo vários testes e instalou um protótipo de 100 metros no Mar do Norte, a poucos quilómetros da costa holandesa, em Junho de 2016 antecipando o próximo passo, que é o lançamento do modelo Piloto no Pacífico, este ano.

O protótipo deverá ajudar a compreender o funcionamento do sistema em condições climatéricas extremas no mar e com esses dados os engenheiros poderão desenvolver um modelo suficientemente resistente a tais condições durante as operações de remoção do lixo marítimo.

 

 



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