Navio hidrográfico realizou missão de mapeamento do fundo marinho da Madeira, no âmbito de um programa mais amplo de mapeamento do mar português
SEDMAR

Deverá regressar amanhã, 9 de Junho, ao porto do Funchal, o navio hidrográfico Almirante Gago Coutinho, depois de uma missão de pesquisa científica ao largo das Ilhas Selvagens, no arquipélago da Madeira, que contribuirá para o mapeamento dos ecossistemas marinhos no quadro do projecto SEDMAR.

Durante esta missão, iniciada em 29 de Abril, a equipa a bordo do navio procedeu a “levantamentos com sondador multifeixe para conhecimento detalhado da profundidade, levantamento com perfilador de sedimentos, para conhecimento da espessura de sedimentos entre o fundo marinho e o substracto rochoso, e com magnetómetro, para conhecimento de anomalias magnéticas”, refere a Marinha.

A missão incluiu também “aquisição de amostras de sedimentos do fundo marinho para caracterização mais específica física e química”, com utilização de “técnicas resultantes da análise dos levantamentos iniciais, nomeadamente, colheita de sedimentos da superfície do fundo marinho ou colheita profunda ao longo da camada sedimentar”, explica a Marinha. Os organismos vivos colhidos serão “guardados para análise laboratorial no âmbito de estudos de biologia marinha”, acrescenta a Marinha.

A Marinha esclarece ainda que “o projecto SEDMAR tem como grande objectivo o mapeamento dos ecossistemas marinhos do território nacional, no que concerne à natureza dos fundos da plataforma e vertente continental do arquipélago da Madeira”, compreendendo “como produtos finais, três cartas sobre a natureza geológica dos fundos marinhos entre a zona interna da plataforma insular e os 3.000 metros de profundidade”.

O estudo contempla uma abordagem multidisciplinar que envolve diversas “etapas de aquisição e processamento de dados acústicos e geofísicos, assim como amostragem sedimentar”, nas quais se pretendem “adquirir dados multifeixe e de retrodispersão acústica (incluindo a coluna de água), assim como perfis de reflexão sísmica e amostras do substrato sedimentar”.

O projecto faz parte de um programa de “Mapeamento do Mar Português, no qual o Instituto Hidrográfico, como serviço hidrográfico nacional, pretende contribuir para aumentar o conhecimento nas áreas estratégicas de interesse nacional e, desta forma, promover as actividades de desenvolvimento tecnológico, exploração sustentável dos recursos e investigação científica associadas às Ciências do Mar”, adianta a Marinha.

 



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