Depois de ter sido descoberto exclusivamente com recurso a cientistas e meios operacionais portugueses, o mais recente campo hidrotermal conhecido nos Açores vai ser analisado detalhadamente numa expedição da Fundação Oceano Azul e do cruzeiro científico francês TRANSECT
Berta Cabral

A Fundação Oceano Azul (FOA) terá anunciado que o campo hidrotermal descoberto nos Açores em Junho, e de aqui demos nota, vai ser alvo de um estudo mais detalhado por uma expedição científica luso-francesa com recurso a um robot sub-aquático (remoted operated vehicle, ou ROV), referiu o Açoriano Oriental.

De acordo com o jornal, desta vez, a FOA vai colaborar com “a campanha científica francesa TRANSECT, um cruzeiro científico da universidade da Sorbonne e do Centre National de la Recherche Scientifique (Centro Nacional de Investigação Científica), destinado a compreender melhor as restrições à formação de biomassa em ecossistemas termais”.

Graças ao apoio de um ROV, a expedição espera descrever com pormenor a área do campo, recolher dados térmicos, de ph da água, metais e gases e ainda de amostras geológicas e biológicas das fontes. Está igualmente previsto fazer um registo fotográfico da zona.

Recorde-se que este campo hidrotermal foi descoberto no âmbito de uma expedição conjunta da FOA, Waitt Foundation e National Geographic Pristine Seas, e contou com o apoio da Marinha Portuguesa (através do Instituto Hidrográfico), do Governo Regional dos Açores e da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental.

Na ocasião, a descoberta foi considerada uma oportunidade única para a comunidade científica porque o campo está “a menor profundidade do que outros conhecidos na Dorsal Médio-Atlântica e apenas a 60 milhas da ilha do Faial”, conforme explicou então Emanuel Gonçalves, líder da expedição e Administrador da FOA.

Além disso, foi “a primeira vez que uma expedição organizada por uma instituição portuguesa, liderada por cientistas portugueses e utilizando navios e meios nacionais” localizou “um campo hidrotermal em águas profundas no nosso território marítimo”, referiu então a FOA.

 



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