Nos últimos seis meses, duplicou o número de navios equipados com depuradores de gases de escape (scrubbers) ou com encomendas destas instalações, segundo a sociedade classificadora DNV GL, citada pela consultora Platts. Actualmente, esse número é de 3.229, dos quais 2.372 correspondem a adaptações de scrubbers a navios já existentes e 857 correspondem a novos navios, equipados de origem com estes sistemas. Em Outubro de 2018, esse número era de 1.700, referem as mesmas fontes.
Não custa compreender que este aumento está relacionado com a aproximação da entrada em vigor das novas regras da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) sobre combustíveis marítimos, que obrigam a um teor de enxofre não acima de 0,5%, contra os actuais 3,5%, excepto se os navios estiverem equipados com scrubbers.
A medida entra em vigor em Janeiro de 2020, ou seja, dentro de pouco mais de sete meses, e a incerteza sobre a disponibilidade no mercado global de combustíveis para navios com o teor adequado de enxofre, que é menor do que actual por imperativos ambientais (redução das emissões poluentes), apenas veio reforçar esta opção por parte dos operadores de transporte marítimo, sob pena de não cumprirem as suas obrigações.
De acordo com os dados da DNV GL, os graneleiros são os navios com maior percentagem de scrubbers (35%do total), seguidos pelos navios tanque de transporte de crude e derivados de petróleo (27%). Os navios de cruzeiros, os ferries para transporte de carga ro-ro, os tanqueiros de gás, os navios de transporte de carga rodada e passageiros (Ro-Pax), os navios de transporte de carga geral e os ferries de transporte de automóveis e passageiros correspondem aos scrubbers remanescentes.
A sociedade classificadora nota ainda que os navios alimentados a gás natural liquefeito (GNL) têm cada vez mais sido equipados com estes sistemas, ascendendo a 300 unidades, quer em operação, quer sob encomenda.
