As despesas directas em turismo realizadas por nautas de recreio nos territórios com infra-estruturas da Docapesca ascendem de 151 a 182 milhões de euros anuais, conforme consta de um estudo coordenado por Fernando Perna, professor na Universidade do Algarve, e ontem apresentado num seminário dedicado à náutica de recreio que teve lugar na Nauticampo.

O documento, intitulado «Estudo de Impacto Económico e Turístico de Cenários de Desenvolvimento da Náutica de Recreio nas Marinas e Portos de Recreio na Área de Jurisdição da Docapesca», foi encomendado pela Docapesca, que é responsável por 34% dos postos de amarração em todo o país e por 44% em Portugal continental.

Segundo o estudo, as despesas directas incluem gastos em amarrações, combustível, alimentação e bebidas, transportes internos, decoração e produtos domésticos, “entre outros associados à presença da embarcação e do nauta na região da infra-estrutura”, conforme consta do resumo apresentado à imprensa.

A mesma investigação concluiu que um nauta numa dessas infra-estruturas realiza 25,9% das despesas em itens relacionados com a náutica e 74,1% em itens relacionados com o seu estatuto de turista e em actividades de lazer no destino. E acrescenta que tal despesa produz um efeito multiplicador. Por cada euro gasto em náutica de recreio, o nauta gasta mais 2,89 euros “na economia do turismo costeiro nas regiões da infra-estrutura”, refere o resumo.

Os autores também identificaram três cenários futuros, de acordo com os quais, até 2020, a despesa dos nautas pode vir a situar-se entre 140,6 milhões de euros anuais (cenário de estagnação), ou seja, equivalente a uma redução de 6,9%, e os 166,4 milhões de euros (cenário ofensivo), correspondentes a um aumento de 10,2%. Pelo meio, identificam um cenário moderado, em que a despesa poderá ascender a 161,2 milhões de euros (crescimento de 6,7%).

 



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