Um relatório recente da Transport and Environment concluiu que uma mudança de combustível para não utilizar HFO a bordo dos cruzeiros no Árctico custa aos passageiros apenas mais cerca de 7 euros por dia.
DNV GL

É urgente minimizar os riscos da utilização de combustíveis marítimos pesados (heavy fuel oils, ou HFO) no Árctico, e isso só custaria a cada passageiro o equivalente a mais um copo de vinho por dia, segundo um relatório recente da Transport and Environment.

O relatório, que avaliou o impacto no navio de cruzeiros MS Rotterdam se tivesse mudado de combustível durante três viagens no Verão de 2018 para gasóleo naval (MGO, no acrónimo em inglês), concluiu que banir o uso de HFO no Verão se teria reflectido num aumento de apenas 6% dos custos, com base nos preços de 2018 e assumindo que os custos adicionais de combustível foram repassados ​​para os passageiros. O que significa, aproximadamente, 7 euros.

“O turismo de cruzeiros no Ártico está a crescer, aumentando os riscos de derrame de petróleo e criando mais poluição. Os custos, por passageiro, de uma mudança para um combustível mais limpo são mínimos. Pelo que vale a pena reduzir os riscos ambientais pelo local que os passageiros querem ver natural”, explicou Lucy Gilliam, Directora De Transportes da T & E.

“Há empresas de cruzeiros que afirmam que a proibição da HFO será uma sentença de morte para a indústria, mas os números mostram que os custos repassados ​​aos passageiros são triviais. Os cruzeiros no Ártico são, de qualquer modo, um luxo, e os ingressos são isentos de IVA”, concluiu Lucy Gilliam.

Recorde-se que a Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês), apoiou a proposta para identificar medidas susceptíveis de minimizar os riscos da utilização de HFO no Árctico, em Abril do ano passado, tendo aceite, inclusivamente, avançar com uma proibição de HFO no Árctico.

 



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