O Ministério do Mar não vai mediar o conflito entre estivadores e operadores portuários por considerar que os motivos são sindicais, ao contrário que fez em 2016, quando os motivos foram considerados laborais
International Dockworkers Council

A greve ao trabalho suplementar convocada em Julho pelo Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística (SEAL) e já prolongada até Janeiro de 2019, não será “passível de ser mediada pelo Governo”, terá admitido a ministra do Mar ao Jornal de Negócios (JN), segundo a edição de ontem do jornal.

Segundo explica o jornal, para a ministra, esta diferença de atitude do Governo face ao que fez durante a greve que terminou em 2016 após intervenção mediadora do Ministério do Mar, está relacionada com os motivos da actual greve. Se então os motivos eram laborais, agora os motivos serão de natureza sindical, terá esclarecido a ministra ao JN.

O que a ministra se comprometeu agora a fazer foi solicitar “ao Ministério do Trabalho e Segurança Social uma nova inspecção da Autoridade para as Condições de Trabalho, na sequência das denúncias que o SEAL tem vindo a fazer relativamente apráticas de discriminação salarial aos seus filiados nos portos de Leixões e da Madeira”, escreve o JN.

Denúncias que o principal responsável do SEAL, António Mariano, reiterou na última semana na Comissão de Trabalho e Segurança Social, na sequência de presença solicitada pelo Bloco de Esquerda, onde pediu que se investigue “a fundo aquilo que se passa” para que “os trabalhadores neste país não sintam que estão a ser perseguidos só porque têm direito a uma livre opção sindical”.



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