Ontem, numa conferência sobre quatro décadas de cooperação luso-chinesa, Ana Paula Vitorino voltou a considerar que Portugal deve integrar o projecto «Uma Faixa, Uma Rota»
Ana Paula Vitorino

A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, defendeu que o porto de Sines, designadamente o futuro terminal de contentores Vasco da Gama, pode “vir a ser um elemento chave na relação entre Portugal e China”, inserindo Portugal na iniciativa chinesa «Uma Faixa, Uma Rota», referiu o Ministério do Mar. No contexto desta iniciativa, “sendo Portugal e China países parceiros há vários séculos, é natural que o Portugal faça parte integrante da Nova Rota da Seda, na sua dimensão marítima», defendeu a ministra.

Ana Paula Vitorino fez esta consideração, que não é inédita, na Conferência «Objectivos e Ideais Comuns: 40 Anos de Cooperação entre Portugal e China», que teve lugar ontem no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa, na sequência do interesse que tem sido manifestado pela China na exploração daquele terminal, segundo o Ministério do Mar.

De facto, na última semana, a própria Ana Paula Vitorino acompanhou “o Ministro dos Recursos Naturais da República Popular da China, Lu Hau”, que “fez questão de visitar o porto de Sines para conhecer todos os detalhes do projecto e a sua futura localização”, refere o Ministério do Mar.

Uma visita que ocorreu sensivelmente um ano depois de a ministra do Mar se ter deslocado a Xangai, na China, “onde foi recebida na sede da COSCO Shipping e da SIPG – Shanghai International Port Group, dois dos maiores operadores de terminais portuários do mundo, para falar precisamente do futuro Terminal Vasco da Gama”, lembra o Ministério do Mar.

E alguns meses depois de Portugal e China terem assinado “um memorando de entendimento visando a cooperação na Nova Rota da Seda, durante a visita a Portugal do Presidente Xi Jinping”, que ocorreu em Dezembro de 2018, recorda o Ministério do Mar.

Na conferência de ontem, além do futuro terminal de Sines, a ministra do Mar referiu as oportunidades investimento para as empresas chinesas que poderão constituir os portos de Leixões, no qual existirá igualmente um novo terminal de contentores, e Lisboa.



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