Portugal vai receber 10 dos 64 migrantes que estiveram a bordo do navio humanitário Alan Kurdi, da organização não governamental alemã Sea Eye, que navegou por vários dias no Mediterrâneo e já se encontrava com fracas condições sanitárias a bordo, designadamente sem comida nem água.
O navio resgatara os migrantes, 50 homens, 12 mulheres e 2 crianças, provenientes da Líbia, e esteve sujeito a más condições meteorológicas, que agravaram a situação a bordo. Apesar de vários apelos para desembarque dos migrantes a Itália e Malta, ambos os países o recusaram. Uma intervenção da Alemanha, que pediu auxílio à Comissão Europeia, resultou num acordo segundo o qual Portugal, Alemanha, França e Luxemburgo vão acolher os migrantes. E só depois disso é que Malta autorizou o desembarque dos migrantes, que já se encontram em terra.
“Tal como tem acontecido em todas as situações de emergência que resultam de resgates no Mediterrâneo, Portugal assume desta forma o seu compromisso de solidariedade e de cooperação europeia em matéria de migrações, participando activamente em todos os processos de acolhimento”, referiu um comunicado do Ministério da Administração Interna (MAI).
O MAI recordou que tal já sucedeu com “os resgates dos navios Lifeline, Aquarius I, Diciotti, Aquarius II, Sea Watch III e outras pequenas embarcações, tendo já chegado ao nosso país 106 pessoas, durante 2018 e já este ano”. Todavia, apesar desta situação, “o Governo português continua a defender uma solução europeia integrada, estável e permanente para responder ao desafio migratório”, refere o comunicado linha do que já tinha sido manifestado pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
De acordo com a Rádio Renascença (RR), Eduardo Cabrita referiu que agora o processo será semelhante ao seguido em ocasiões anteriores. “Há a deslocação de uma equipa do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) ao local, que participa com a Comissão Europeia e a Agência Europeia de Asilo na triagem das pessoas, normalmente demora entre duas semanas a um mês”, afirmou o ministro, citado pela RR.
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