Companhia das Pescarias do Algarve obtém segundo Selo MSC em Portugal

O Marine Stewardship Council (MSC) anunciou que a pescaria de mexilhão do Mediterrâneo da Companhia de Pescarias do Algarve «concluiu o processo de avaliação de acordo com o padrão de normas ambiental do MSC, com êxito», estando a empresa autorizada a certificar todo o mexilhão produzido com o rótulo ecológico do MSC. Esta é a primeira vez que esta espécie é certificada e também é a primeira pescaria de mexilhão da Península Ibérica a participar no programa.

«Esta certificação pode trazer impactos muito positivos para esta empresa a vários níveis», afirma Cátia Meira, Responsável de Comunicação para Espanha e Portugal, nomeadamente através da abertura a novos mercados internacionais e na diferenciação do produto. «O rótulo ecológico do MSC é cada vez mais exigido a nível internacional», explica Cátia Meira, principalmente em mercados do Norte da Europa como Alemanha, Suíça, Países Baixos, Suécia, Dinamarca e Inglaterra.

Cátia Meira afirma ainda que «há mais interesse por parte das empresas [portuguesas] em obter esta certificação por isso pensamos que com o aumento de produtos certificados, a procura por parte do consumidor português de produtos do mar sustentáveis também aumentará. A Companhia de Pescarias do Algarve teve uma visão de futuro, assumindo a liderança neste mercado unindo-se ao nosso programa e esperamos que esta aposta tenha um retorno positivo para esta empresa em mercados internacionais, e a médio prazo no mercado nacional também».

Jorge Farinha, Administrador da Companhia de Pescarias do Algarve, declarou que «Trata-se de um momento particularmente importante para a Companhia de Pescarias do Algarve e, na nossa opinião, também para o sector em Portugal, uma vez que a Certificação MSC, atribuída pela primeira vez a nível mundial à produção desta espécie de mexilhão, vem atestar e confirmar as boas práticas e o bom desempenho da empresa no domínio ambiental», fortalecendo a empresa no mercado nacional, Espanhol e Francês.

Laura Rodríguez, responsável do MSC em Portugal e Espanha referiu que «A comercialização do mexilhão certificado MSC verificou um crescimento de 40% em volume no último ano, e desta maneira, esperamos que a aposta da Companhia de Pescarias do Algarve (…) tenha um reconhecimento positivo no mercado».

Para o Presidente da Câmara de Olhão, António Pina, esta certificação é uma mais-valia a nível económico e social, ajudando no desenvolvimento do concelho de Olhão.

Esta certificação foi obtida depois de uma avaliação independente iniciada em Fevereiro de 2014 que terminou a Novembro de 2014 de acordo com o padrão de normas do MSC de pesca sustentável, que mostrou que a pescaria está bem gerida e que tem um impacto mínimo no seu ecossistema. «O sistema de longlines utilizado está normalmente coberto por uma grossa camada de mexilhões o que faz com que o risco de impactos em espécies ameaçadas, protegidas ou extinção seja bastante baixo», segundo comunicado do MSC. «Também o facto de a actividade desta pescaria ocorrer em mar aberto e o fundo marinho ser de areia, leva a que os detritos causados pelos mexilhões sejam levados pelas correntes marinhas, não se verificando impactos negativos no fundo marinho».

Grande impacto positivo para a Companhia de Pescarias do Algarve

A Companhia de Pescarias do Algarve é o maior produtor nacional de produção aquícola de bivalves, com especial destaque para o mexilhão. «Em 2014, produzirá aproximadamente 2.000 toneladas de mexilhão» e ambiciona chegar às 8.000 toneladas em 2016. «Em 2014, o Grupo atingirá os 2,5 milhões de euros de volume de vendas e a partir de 2016 terá condições para atingir um volume de vendas da ordem dos 10 milhões de euros», afirma Jorge Farinha, Administrador da Companhia de Pescarias do Algarve.

A empresa adquiriu recentemente uma fábrica de conservas de pescado em Olhão, a FAROPEIXE e irá construir, no início de 2015, de uma fábrica de congelados. No passado mês de Outubro, a empresa foi distinguida pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa com o Troféu “Desenvolvimento Sustentável” e acabou também de obter a Certificação Biológica na sua produção aquícola. Com um portfólio de produtos mais alargado e uma aposta na sustentabilidade acrescida dos seus produtos, a empresa «tem fortes expectativas de que, neste novo contexto, se gere um reconhecimento positivo do mercado dos seus produtos», afirma Jorge Farinha.

«A Companhia de Pescarias do Algarve possui actualmente um elevado potencial de produção de bivalves em estruturas em offshore, com 14 lotes, localizadas na Área Piloto da Armona», explica Jorge Farinha. «Esta escala produtiva poderá ser ampliada em 2015 através da atribuição de 16 novas licenças na Área de Produção Aquícola de Monte Gordo» o que possibilitará a duplicação do potencial de produção e tornando-se «um dos maiores players mundiais».

«Estamos certos de que a certificação MSC pode ser um instrumento de consolidação e alavancar a trajectória de crescimento da empresa», afirmou Jorge Farinha, tendo a empresa já sido abordada por empresas estrangeiras no seguimento da sua certificação.



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