Companhia só trabalha com as empresas do grupo Royal Caribbean. Marca que este ano inaugura dois navios, um deles, o Harmony of the Seas, que será o maior navio de cruzeiros do Mundo.
Melair

O mercado dos cruzeiros tem vindo a crescer no mercado nacional. Os portugueses começam a encarar os cruzeiros como uma forma diferente e apetecível de fazer férias. A Melair Cruzeiros, que só trabalha com empresas do grupo Royal Caribbean é um dos principais player no mercado nacional. O Jornal da Economia do Mar conversou com o seu CEO, Francisco Teixeira, que nos explicou a evolução do negócio.

Qual tem sido a evolução do negócio dos cruzeiros em Portugal nos últimos 5 anos?

Apesar das dificuldades económicas que foram sentidas nos últimos anos, e com a retracção no consumo, diria que a evolução do negócio de cruzeiros em Portugal teve nos últimos anos um desenvolvimento muito interessante. Não só no volume de negócios, mas também na penetração do conceito de férias junto dos portugueses.

A crise teve um impacto (negativo ou positivo) no negócio dos cruzeiros (em geral e em Portugal)?

Crises como as dos últimos anos terão sempre impacto em qualquer negócio. No caso da indústria de cruzeiros, teremos de ter em consideração que é uma indústria global, e que tem a capacidade de se adaptar às circunstâncias do mercado. A indústria tem hoje mais de 30 navios em construção e para entrega até 2020, representando bem a perspectiva positiva do negócio, principalmente com outros mercados a crescerem em números muito consideráveis, como é o caso da Ásia. No caso Europeu e Português, o mercado manteve nestes anos um ritmo de crescimento, e também de penetração, que é um elemento a ter em consideração.

Qual a importância do mercado nacional no negócio de marcas como a Royal Caribbean?

A importância do mercado Português para a Royal Caribbean é a mesma que de qualquer outro mercado. O grupo tem mais de 5 milhões de hóspedes anuais, e a Royal Caribbean necessita da contribuição de todos os mercados, independentemente da dimensão de cada um.

Qual tem sido a evolução do negócio da Melair?

A Melair tem uma história já com 35 anos, e sempre dedicada à representação de companhias turísticas e de transportes internacionais. Nos seus primeiros 20 anos, o negócio da Melair foi maioritariamente dedicado à representação de companhias aéreas, tendo depois adicionado a vertente do negócio de cruzeiros. Numa primeira fase, foi nosso objectivo a introdução no mercado do conceito de férias em cruzeiro, trabalhando nessa altura com cerca de 20 companhias de cruzeiros. Em 2007 tomámos a decisão de só trabalhar com as companhias do grupo Royal Caribbean, e com isso, acrescentarmos uma especialização no produto e uma variante comercial mais direccionada

Qual o terminal de cruzeiros português com maior peso no negócio da Melair? É algo que tem estado estável ou verificou-se alterações?

Curiosamente ou não, não temos qualquer negócio que envolva terminais de cruzeiros portugueses, pois as companhias do grupo Royal Caribbean não têm na sua programação cruzeiros com partida e chegada a portos portugueses. No entanto, Lisboa e Funchal são os dois portos onde os navios do grupo tem escalas em maior número.

RCI_HM_aerial_back (1)-cópia_baixaFaria sentido um terminal de cruzeiros no Algarve? Porquê?

Sou daqueles que considero que esta análise deve ser feita na vertente da procura e concorrência. E nesse sentido, sou de opinião que a melhoria das condições dos portos portugueses em geral terá com toda a certeza uma contribuição muito positiva para que a as companhias possam considerar mais rotas para esta região. Nesse sentido, diria que um terminal de cruzeiros no Algarve devidamente direccionado para o seu potencial, poderá fazer sentido.

Quais os valores do negócio em 2015? O valor indica um crescimento? Já há previsões para 2016?

O negócio em 2015 teve um crescimento acentuado, e mais importante, sentimos que o mercado está muito interessado neste conceito de férias e felizmente para nós, valoriza muito positivamente as nossas marcas. Devido à antecipação em que os cruzeiros do grupo Royal Caribbean são reservados, temos desde 2015 vindo afinar os mecanismos comerciais de forma a sensibilizar o mercado que quanto mais cedo tomar a decisão de reservar as suas férias, melhor serão as condições tarifárias. Assim sendo, estamos já com mais de 50% do nosso negócio para 2016 materializado, e tudo indica que poderemos voltar a ter um crescimento, este ano mais moderado.

Quais os itinerários preferidos dos portugueses?

Os itinerários com maior número de portugueses são com certeza os do Mediterrâneo. Estes itinerários permitem uma diversidade de destinos muito interessante, e porque encontram-se a uma distância máxima de duas horas de voo. No entanto, temos portugueses que viajam por todos os destinos que oferecemos, e aqueles que apresentam maior crescimento percentual são a Ásia, Austrália e Nova Zelândia

Quais as novidades agendadas para 2016/17? Há um incremento de itinerários a partir de Portugal?

Em 2016 a Royal Caribbean irá inaugurar mais dois novos navios, o Ovation of the Seas, da classe Quantum, e o Harmony of the Seas, da classe Oásis, que será o maior navio de cruzeiros do Mundo. Este último irá fazer a temporada de Junho a Outubro pelo Mediterrâneo, e pelo facto de ter Barcelona como o porto de partida tem entusiasmado muito o mercado português. Em 2017 a Royal Caribbean irá ter três navios da classe Oásis a realizar cruzeiros pelas Caraíbas, e podermos contar com este tipo de oferta, será para nós um destino importante em 2017. Itinerários à partida de Portugal, não contamos ter nenhum.

 

 



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