Entidade que reúne vários interesses do sector marítimo britânico não deixará de informar o Governo de Theresa May sobre as suas prioridades no contexto das negociações sobre o Brexit
Maritime UK

No momento em que arrancaram formalmente as negociações do Brexit entre o Reino Unido e a União Europeia (UE), a Maritime UK, entidade que congrega várias organizações representativas do sector marítimo britânico (portos, estaleiros, agentes de navegação, armadores, entre outras) manifestou a sua disponibilidade para indicar ao Governo quais as prioridades relativas ao cluster que Londres deve ter em consideração durante o diálogo com Bruxelas.

Segundo David Dingle, Chairman da Maritime UK, citado pelo World Maritime News, essas prioridades devem garantir que nada “é inadvertidamente posto de parte ou concedido à medida que o processo de negociação avança”. Isso implica informar o Governo sobre que elementos da integração na UE “devem ser mantidos para continuarem a permitir o crescimento do sector, aumentarem a produtividade e representarem prosperidade para todos”.

Para o mesmo responsável, que considera estas “as negociações mais críticas de uma vida”, o acordo final deverá assegurar que o Reino Unido seja um local atractivo para fazer negócios, investigar, desenvolver e inovar em termos de tecnologias de ponta associadas a produtos e serviços marítimos. David Dingle entende igualmente que o acordo deverá capitalizar novas liberdades que apoiem a indústria britânica, acentuando que o Reino Unido, assim como o resto do mundo, carecem de uma relação de comércio livre com a Europa e que permita ao sector marítimo desempenhar o seu papel na facilitação do comércio britânico à escala global.

Apesar de a Maritime UK atribuir ao sector marítimo especial importância, aliás, como lhe compete enquanto entidade representativa do sector, as prioridades dos próximos meses nas negociações entre o Reino Unido e a UE serão outras, segundo parece ter ficado estabelecido: o estatuto dos cidadãos (europeus no Reino Unido e britânicos na UE), a factura financeira de saída do Reino Unido da UE e a situação das fronteiras entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte. Esta terá sido a posição da UE, à qual o Reino Unido terá acedido. Outros defendem que em paralelo deveriam ser negociada a futura relação comercial entre britânicos e outros europeus, um contexto no qual, porventura, caberia todo o dossier relativo ao sector marítimo.

 



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