Equipa do CCMAR e do CIBIO também descodificou o genoma da sardinha e já o disponibilizou em bases de dados públicas
Secretaria de Estado das Pescas

Depois de ontem termos noticiado que um consórcio essencialmente português “produziu um primeiro esboço do genoma da sardinha”, hoje noticiamos mais uma descodificação do genoma da sardinha por uma equipa diferente de cientistas, do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve e do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto. Praticamente em simultâneo, duas equipas científicas nacionais descodificaram o genoma da sardinha, embora, segundo apurámos, com diferentes metodologias.

Segundo informa o CCMAR, no caso do seu projecto, toda a informação foi disponibilizada em bases de dados públicas na internet, “abrindo caminho para novas abordagens” para a gestão e conservação da espécie – a Sardina pilchardus, que é pescada na costa portuguesa – e permitindo “que as partes interessadas, nomeadamente a comunidade científica, as empresas e a administração púbica, possam utilizar livremente aquela informação”.

Para Bruno Louro, investigador do CCMAR e um dos autores desta investigação, “a importância estratégica da sardinha justifica um trabalho mais avançado que garanta uma gestão mais eficaz das suas populações”. O cientista considera também que “estes resultados permitem, por exemplo, vir a definir com um rigor muito elevado os limites de cada população de sardinha, o que não era possível até agora” e refere que “a esta equipa do CCMAR e CIBIO juntaram-se investigadores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) para pôr em marcha um grande projecto da variação do genoma da sardinha e da sua aplicação na gestão dos seus mananciais de pesca.”

Segundo apurámos, relativamente a este projecto de investigação, desde que foi extraído o ADN até à conclusão dos resultados, a equipa demorou 13 meses. Um dos custos foi da sequenciação, da ordem dos 1.600 euros. Apurámos igualmente que foi submetido um artigo científico à publicação especializada Giga Science, que estará em processo de revisão e deverá ser brevemente publicado.



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