A maior onda alguma vez registada no hemisfério sul, com 23,8 metros, foi detectada na semana passada pela MetOcean Solutions, referiu o oceanógrafo Tom Durrant, em comunicado oficial. “O nosso recorde anterior tinha sido há um ano atrás, quando detectámos uma onda de 19,4 metros, e antes tinha sido em 2002 uma bóia australiana a detectar uma onda de 22,3 metros. Portanto, esta é uma tempestade muito importante de capturar e auxiliará bastante na nossa compreensão da física das ondas sob condições extremas no Oceano Antárctico”, referiu o oceanógrafo.
Ainda assim, Durrant acredita que a tempestade de 8 de Maio poderá ter resultado em ondas maiores. “A previsão de ondas mostra condições para ondas maiores a norte da localização da bóia. Até porque, para conservar a bateria durante a implantação de um ano, a bóia, movida a energia solar, mede as ondas por apenas 20 minutos em três horas e, de seguida, envia os dados por link de satélite. Durante esse período de 20 minutos, a altura, o período e a direcção de cada onda são medidos e as estatísticas calculadas. É muito provável que ondas maiores tenham ocorrido enquanto a bóia não estava a gravar”, refere Durrant.
O Oceano Antárctico, uma bacia oceânica única, é o menos estudado dos oceanos, apesar de ocupar 22% da área oceânica global e de ter condições que geram ondas que se propagam por todo o planeta. E, segundo o oceanógrafo, essas tempestades são frequentes e podem ocorrer em qualquer época do ano, o que difere das tempestades do hemisfério norte, de alta latitude, que ocorrem apenas no inverno. No entanto, a de 8 de Maio diferiu na velocidade da tempestade que parecia combinar-se com a velocidade da onda, permitindo maiores alturas de ondas.
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