O transporte de mercadorias através de uma ligação ferroviária entre Yiwu, na China, e Madrid (terminal de contentores de Abronigal) carece de regularidade, refere o jornal espanhol Transporte XXI na sua edição de 1 de Abril. Ali se diz também que o terminal madrileno recebe cerca de uma dezena de contentores da China por semana pela via ferroviária, maioritariamente provenientes do interposto de Kombiverkher, na Alemanha.
O jornal refere igualmente que, segundo fontes da UTE TILO Madrid Abronigal, a empresa que explora o terminal de Abronigal, nos três anos que leva de actividade o corredor ferroviário entre a China e Madrid, foram raros os comboios completos, com 35 a 40 contentores, que chegaram a Madrid a partir da China. Já a ligação directa entre Yiwu e Kombiverkher caracteriza-se pela regularidade.
Segundo as mesmas fontes, a maioria dos contentores provenientes da China que chegam a Abronigal vêm por via marítima, depois de descarregados em portos marítimos espanhóis, não pela via ferroviária internacional. Além disso, muitos desses contentores ficam depois vazios, acumulando-se nos armazéns das transportadoras, pois não existe tanto conteúdo dirigido à China como da China para Espanha.
O mesmo jornal também ouviu a Fundação para o Intercâmbio entre Yiwu e Espanha (FIYE, no acrónimo espanhol), que referiu as numerosas vantagens da ligação ferroviária Yiwu-Madrid. Para a FIYE, a importância desta ligação situa-se num ponto intermédio entre o alto preço do transporte aéreo e o maior tempo de viagem das mercadorias por via marítima. E tem vantagens ambientais e operacionais (permite realizar cargas e descargas em todo o percurso).
O Transporte XXI também adianta que a ligação directa entre Yiwu e Madrid deverá integrar uma escala em Saragoça nos próximos meses. Para alguns operadores consultados, refere o jornal, esta escala é muito bem vista porque supõe um aumento do volume das exportações espanholas para a China por via ferroviária, designadamente, de géneros alimentares e dispositivos tecnológicos. O jornal recorda que a mercadoria que chega à China a partir da Alemanha é essencialmente composta por componentes tecnológicos e manufacturados alemães.
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