José Luís Cacho vai ser o próximo Presidente do Conselho de Administração do Porto de Sines que, em 2016, deverá atingir os 18 milhões de euros de lucros líquidos.

José Luís Cacho é o nome escolhido para presidir ao novo Conselho de Administração do Porto de Sines que deverá tomar posse nas próximas semanas.

José Luís Cacho foi, como se sabe, Presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro de 2005 a 2015 que, a partir de 2008, passou também a integrar no mesmo Conselho de Administração, o Porto da Figueira da Foz, tendo presidido igualmente à Associação dos Portos de Portugal, APP, entre 2010 e 2014, bem como presidido igualmente à Associação dos Portos de Língua Portuguesa, APLOP, entre 2011 e 2014, onde continua a exercer até ao momento as funções de Conselheiro.

De acordo com as informações apuradas, Duarte Lynce de Faria, actual Director no Porto de Setúbal, também deverá fazer parte do novo Conselho de Administração, lugar que abandonou quando a actual Administração ainda em funções, tomou posse.

José Luís Cacho irá receber um Porto de Sines em contínua expansão e que deverá superar este ano os 18 milhões de euros de lucros líquidos depois de, em 2015, ter atingido os 16, 67 milhões e tendo, neste momento, cerca de 46 milhões em caixa.

Como sublinhou o ainda actual Presidente dos Portos de Sines e do Algarve, numa Conferência de Imprensa realizada ontem, Terça-feira, em Sines, para além dos bons resultados financeiros, no que respeita ao volume de carga movimentada em 2016, Sines deverá superar os 48,5 milhões de toneladas e aproximar-se do milhão e meio em termos de TEU. Valores que colocam Sines como o terceiro maior porto da Península Ibérica, ultrapassando Barcelona em volume de carga total movimentada, embora não em termos de contentores ou TEU.

Já um pouco num certo tom de balanço, para além de não deixar de acentuar o excelente grau de competitividade de Sines em termos internacionais, quer pela qualidade dos recursos humanos existentes, quer pelo avanço tecnológico investido nos respectivos equipamentos instalados, João Franco destacou como questão decisiva para o futuro de Sines a decisão política pendente desde o Governo anterior sobre a expansão do actual terminal da PSA em cerca de 500 metros ou a abertura de um concurso para concessão de um novo terminal.

Uma questão de decisão política sobre a qual, porém, a sua visão é bastante clara uma vez entender ser sempre preferível uma evolução de uma concessão, como sucede actualmente no que respeita ao terminal da PSA, permitindo-lhe passar a operar um volume anual na casa dos 4 a 5 milhões de TEU, com todas as vantagens competitivas que tal poderá proporcionar em termos de custos por TEU movimentado, a abrir uma nova concessão.

Para além disso, num momento de dificuldade financeira do país, estando o concessionário disposto a proceder ao investimento da expansão do terminal, correndo como responsabilidade sua, como estipulado no contracto, investimento que, no caso, deverá ser da ordem dos 140 milhões de euros para o prolongamento do cais a demais equipamento, tendo como contrapartida uma eventual extensão do prazo de concessão, a negociar mas, previsivelmente, entre mais 15 a 20 anos, bem como um investimento por parte da Administração Portuária no reforço do molhe de protecção, na casa dos 55 milhões de euros, entende ser essa, de facto, a solução preferível.

No que respeita ao Algarve, a situação é bem distinta, com Faro, dados os problemas enfrentados pela Cimenteira de Loulé e único cliente do porto, a colocar a situação de eventual fecho a dever ser equacionada, o que obriga igualmente, para tal não suceder, a encontrar alternativas na área da náutica de recreio e da marítimo-turística que, não sendo uma solução imediata, se afigura ser a única solução de futuro.

Por outro lado, no que respeita a Portimão, um porto de cruzeiros, a situação encontra-se igualmente numa fase de decisão do investimento a fazer para permitir consolidar essencialmente os investimentos e a estratégia que tem vindo a ser seguida, o pode representar um investimento adicional entre 12 a 35 milhões de euros, investimentos, de qualquer modo, sempre irrecuperáveis pelo próprio negócio e que terão, consequentemente, de ser entendidos em diferente plano político, aguardando também a concomitante decisão política, a dever ser coordenada inclusive com os respectivas autoridades locais.



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