O investimento, superior a 500 milhões de euros, será no porto de Namibe Bay, já terá luz verde de João Lourenço e pode ser visto como um desafio à presença chinesa em África, e em particular em Angola
ECSA

A Toyota Tsusho e a agência de crédito à exportação Japan Bank for International Cooperation (JBIC) querem reunir cerca de 525 milhões de euros junto de entidades públicas e privadas do Japão para investir num projecto portuário em Angola, que será o maior do género com participação japonesa, refere a Nikkei Asian Review.

De acordo com a Global Construction Reviw, trata-se do porto de Namibe Bay, no sul de Angola, o terceiro maior do país, depois dos de Luanda e Lobito, e o projecto já contará com a autorização do Presidente João Lourenço. O porto em questão tem ligações ferroviárias a minas de ferro, mas está limtado por falta de gruas e na capacidade de cais, refere a mesma publicação.

O projecto resulta de um acordo entre o Governo angolano e a Toyota Tsusho, que implicará o uso de equipamento e materiais japoneses na intervenção, para a qual Luanda contará com um empréstimo da JBIC, referem meios de comunicação internacionais. Segundo a Nikkei Asiann Review, a JBIC deverá abrir uma linha de crédito superior a 700 milhões de euros (70 mil milhões de ienes) para o Governo angolano.

Segundo a Nikkei Asian Review, o Governo nipónico defende um modelo de exportação de infra-estruturas para países de economias emergentes que mantenha as dívidas externas destes últimos em níveis sustentáveis.

Nesse sentido, o projecto também é encarado como uma reacção à forte presença chinesa no mercado africano, onde estará a sobrecarregar as economias emergentes com dívidas excessivas, no entendimento de alguns analistas. Diz a publicação que actualmente a China será responsável por mais de metade da dívida externa angolana.

 



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