O Governo norte-americano não terá considerado o impacto ambiental da necessidade de neodímio na construção das turinas eólicas
MIMRee

Os investigadores Tomer Fishman e Thomas Graedel desafiaram recentemente o plano do Departamento de Energia dos Estados Unidos para desenvolver a energia eólica offshore do país e admitem que a sua concretização não será tão simples como parece, conforme explicaram num artigo publicado no jornal Nature Sustainability, citado pelo Safety4Sea.

De acordo com os investigadores, o problema deste plano reside nos metais de terras raras necessários à construção das turbinas eólicas para offshore e aos problemas ambientais, económicos e geo-políticos associados à sua obtenção, como o neodímio, cuja exploração foi feita pelos Estados Unidos há alguns anos até ter sido suspensa por motivos financeiros e ambientais.

Segundo o Safety4Sea, este tipo de turbinas é enorme e requer ímanes poderosos que contêm neodímio em grandes quantidades – são necessários cerca de 907 quilos de neodímio para produzir cada íman. Contas que o Departamento de Energia não terá tido em consideração quando decidiu implementar o seu ambicioso programa eólico offshore.

No seu artigo, Fishman e Graedel tentam mitigar os impactos do plano da Administração Trump e apresentam cálculos suplementares, concluindo que criar um programa nacional de construção e instalação de turbinas eólicas offshore irá gerar uma teia complexa e colocar questões de consumos de recursos naturais, procuras regionais e reciclagem da tecnologia das turbinas.

Todavia, admitem que o seu contributo pode desencadear o diálogo sobre a matéria, até porque o êxito da energia eólica em terra deixa antever boas perspectivas para a sua exploração offshore, apesar da complexidade que ela coloca.



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