Ricardo Calado, investigador da Universidade de Aveiro antecipa que 2018 será um ano especialmente dinâmico para a instituição no plano da investigação associada à aquacultura e à biotecnologia marinha e sublinha o envolvimento da universidade com empresas e entidades ligadas à economia do mar
Universidade de Aveiro

Num artigo publicado no site da Universidade de Aveiro (UA) a propósito da aquacultura, Ricardo Calado, investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar e um dos coordenadores da Plataforma Tecnológica do Mar (PTMar) da UA, manifesta a convicção de que em 2018 a UA “confirmará o seu papel de pólo agregador de pessoas e conhecimento do que melhor se faz na dinamização da revolução azul”.

Admitindo que em Portugal persiste uma visão tradicional da aquacultura, “ainda muito associada ao domínio da pesca, numa abordagem conservadora que constrange o desenvolvimento do sector”, o investigador assume que a UA é “uma entidade que visa promover uma aquacultura responsável e sustentável/ecológica, económica e socialmente, inserida no domínio da biotecnologia azul e que contribua para a valorização inteligente e integral dos recursos biológicos”.

Nesse contexto, Ricardo Calado destaca o papel do ECOMARE, um laboratório que “afirmará em 2018 o posicionamento da UA na vanguarda do desenvolvimento aquícola regional, nacional e internacional” e no qual serão desenvolvidos projectos financiados pela instituição no âmbito do «MAR 2020», como o AquaMMIn, que contará com um financiamento superior a um milhão de euros “para dotar a UA com infra-estruturas únicas para o desenvolvimento de soluções aplicadas para a aquacultura multi-trófica integrada (IMTA)”.

O investigador destaca também o papel “de um dos seus laboratórios associados (CESAM) no desenvolvimento deste sector de actividade, reflectido na criação recente do grupo de investigação em Biotecnologia Marinha e Aquacultura”. E recorda o reforço da equipa de investigadores doutorados da UA com competências nestas temáticas, através do financiamento regional (Centro2020) no âmbito do projeto SmartBioR, que envolve também a formação da “primeira geração de doutores da UA cujos temas das dissertações focam a temática IMTA e cujo trabalho prático decorre essencialmente em ambiente empresarial”.

Ricardo Calado nota ainda a importância do projecto ValorMar no reforço do “envolvimento da UA como centro de saber e conhecimento no domínio aquícola a nível nacional e na interacção com as empresas líder neste sector”, dotado de financiamento do «Portugal 2020» superior a 10 milhões de euros. Recorda também o papel da PTMar da UA na aproximação da instituição “às empresas e entidades públicas do sector, sendo espectável que em 2018 reforce o financiamento já atingido no desenvolvimento de projectos de investigação em co-promoção e na prestação de serviços”, a participação da universidade no conselho executivo da BlueBio Alliance, nos órgãos da Fórum Oceano, e o seu envolvimento com a Fundação Oceano Azul e a Direcção-Geral de Políticas de Mar (DGPM), entre outras entidades públicas e privadas.

Finalmente, não esquece o Centro de Inovação e Tecnologia em Aquacultura (CITAQUA), uma iniciativa conjunta da UA, Câmara Municipal de Ílhavo, Administração do Porto de Aveiro e Associação Portuguesa de Aquacultores, que “visa requalificar infra-estruturas contíguas ao ECOMARE para deste modo responder às necessidades do setor aquícola nacional e internacional, nomeadamente através de projectos de demonstração de tecnologia a uma escala pré-industrial ou industrial”, refere o investigador.

 



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