ONG considera que solução encontrada não resolve o problema
Alang

Todos os resíduos perigosos produzidos nas instalações de reciclagem de navios de Alang, na Índia, estão a ser distribuídas “de forma segura e ambientalmente adequada” em aterros controlados pelas autoridades do Estado indiano de Gujarat, refere o World Maritime News, citando o Ministério Indiano do Transporte Marítimo.

Segundo o jornal, os aterros são construídos de acordo com as orientações do Central Pollution Control Board, que monitoriza os seus parâmetros ambientais, e incluem um sistema revestimento no fundo que impede a infiltração de resíduos contaminados no subsolo.

São igualmente realizados check-ups regulares aos trabalhadores pelas autoridades do Estado de Gujarat e efectuada uma avaliação de impacto ambiental sempre que se criam novos estaleiros ou ampliam estaleiros já existentes, refere o jornal, citando o Governo indiano.

Patrizia Heidegger, Directora Executiva da Organização Não Governamental Shipbreaking Platform, considera que ao contrário do que o Governo indiano transmitiu ao Parlamento, nem todos os resíduos gerados em Alang são colocados em local seguro e ambientalmente adequado.

De acordo com esta responsável, citada pelo jornal, existem razões para tal suceda, uma das quais é o facto de a Índia autorizar a importação de navios em fim de vida sem inventários de resíduos perigosos.

Segundo refere, as autoridades realizam somente fiscalizações rápidas sem amostragens detalhadas, pelo que os responsáveis dos estaleiros nem sempre têm consciência do volume de resíduos perigosos existentes nas estruturas dos navios desmantelados, a não ser que contratem eles próprios peritos para o efeito.

Alem disso, segundo Patrizia Heidegger, a lei indiana não obriga a que todos os materiais com amianto removidos de velhos navios sejam destacados. Finalmente, a mesma responsável refere que a Índia não dispõe de incineradores de alta temperatura que possam destruir PCBs (bifenilos ploclorados, químicos com efeitos nocivos para a saúde e o ambiente), pelo que a colocação centralizada dos resíduos não garante o seu tratamento adequado.



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