Numa conferência sobre refinação e petroquímica, um responsável da IMO acentuou o empenho da organização em implementar o uso de combustíveis marítimos com 0,5% de enxofre em 2020 e alertou para os riscos a que ficarão sujeitos os incumpridores
Hapag-Lloyd

Edmund Hughes, da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla inglesa) foi peremptório quanto à implementação do limite de 0,5% de enxofre nos combustíveis marítimos a partir de 1 de Janeiro de 2020 e sem qualquer adiamento, durante uma intervenção numa conferência sobre refinação e indústria petroquímica, que decorreu em Atenas entre 13 e 15 deste mês.

O mesmo responsável recordou aos delegados que será imperativo os navios serem cumpridores. Além de uma eventual apreensão, que tornaria os navios mais vulneráveis a inspecções no âmbito do Port State Control, um navio incumpridor poderia ser considerado pouco recomendável para navegar e perder o direito a reclamações indemnizatórias junto de seguradoras.

Na próxima sessão do Sub-comité da IMO sobre Prevenção e Respostas Face à Poluição, que decorrerá em Fevereiro de 2018, e num grupo de trabalho que funciona entre sessões e reunirá também em 2018, terão lugar debates sobre a forma de implementar esta medida. Em todo o caso, foi lembrado que a sua aplicação, imposição e monitorização serão da responsabilidade dos Estados de bandeira dos navios e dos portos.

A este propósito, o Green4Sea refere um inquérito recente realizado pela ExxonMobil sobre o sector marítimo, de acordo com o qual o roteiro para a adopção desta medida não é claro para muitos operadores de navios, até porque ainda não existe uma solução óbvia para o combustível a aplicar a todos. Diz a publicação que, em concreto, 70% dos inquiridos consideraram que a indústria não estava preparada para esse prazo.

A mesma publicação refere igualmente um inquérito semelhante promovido pela empresa KBC, e que revelou que somente 15% dos refinadores de petróleo sabiam como iriam enfrentar os limites de enxofre no combustível a partir de 2020.

 



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