«Outras nações estavam tão longe da vanguarda assumida pelos Portugueses em tentativas desse género que estes levaram a cabo os seus empreendimentos por cerca de oitenta anos antes que qualquer dos seus vizinhos parecesse ter pensado sequer em descobrimentos ultramarinos…»
Thomas Astley, «Voyagges and Travels»
Inteligência, Visão Estratégica, Capacidade de Realização
Poderia Portugal persistir por quase já nove séculos se não fora, de facto, uma singular nação com um singular destino?
Não cremos, como a circunstância de ter persistido como nação por quase já nove séculos não é garantia de eternidade.
As nações também morrem mas enquanto houver Portugueses que saibam pensar a sua nação, enquanto «Fortes Reis souberem fazer forte a forte gente», parafraseando o Poeta, não há razão para que Portugal morra.
Enquanto os Portugueses, como a sua singular inteligência, não perderem consciência plena da sua singular nação, não se antevê que Portugal possa morrer.
Inteligência que significa, acima de tudo, a capacidade de ler nas entrelinhas, ver além do imediatamente patente, compreender antes mesmo que tudo esteja audivelmente dito.
Inteligência que significa, concomitantemente, a capacidade de compreender como o mundo nunca é dado de uma vez por todas e para todo o sempre mas em sucessiva revelação a ser renovadamente desvelada em inspirada imaginação.
Inteligência que significa assim, também, a consequente capacidade de saber dar ao mundo a realidade que o mundo é para vir a ser, com plena consciência que, entre a capacidade de ver a realidade que o mundo é para vir a ser e metamorfoseá-lo na mesma realidade, importa igual capacidade de saber dispor dos adequados meios em ordem ao mesmo determinado fim, bem como a não menor perseverança na prossecução dos correlatos passos antecipadamente delineados.
Que os Portugueses, como poucos outros povos, já provaram possuir, sabendo afirmar, ao longo da sua já longa História, tais capacidades, dir-se-á simples constatação de facto.
Todavia, nada sendo dado de uma vez por todas neste mundo, nem estando nada garantido de uma vez para, grande, alta, elevadíssima também a responsabilidade de todos na reactualização permanente de tais virtudes sob pena de tudo se perder ou passar, de facto, e talvez irremissivelmente, à simples memória, à História, sem mais.
Não, não faria nem faz sentido que assim alguma vez suceda.
Mas também por isso a importância da II Grande Conferência do Jornal da Economia do Mar porque, «nesta hora marítima», é decisiva a plena consciência que houver da importância do mar para Portugal; e havendo plena consciência da importância do mar para Portugal, igual consciência plena é decisivo haver das oportunidades e consequentes responsabilidades políticas, estratégicas e económicas do mar Portugal; como havendo plena consciência das oportunidades e consequentes responsabilidades políticas, estratégicas e económicas do mar Portugal, não menos decisivo logo devém haver igualmente consciência plena dos meios de transformar tais oportunidades em reais actos políticos, estratégicos e económicos de modo a permitir metamorfosear Portugal verdadeiramente na grande nação marítima que já hoje é mas com aparente quase completa inconsciência disso.
E sabendo-se tudo isso, importa não esquecer também que, se o pensamento só se torna real pelo individúo, a singularidade da obra nasce sempre desmultiplicadamente realizada por muitos, ou, no caso de Portugal, mesmo por todos.
E também por tudo isso, pela plena consciência de tudo isso, a II Grande Conferência do Jornal da Economia do Mar abrange desde a estrita visão político-conceptual da importância do mar para Portugal até à mais alargada visão prático-empresarial, na concomitante consciência plena de que toda a política que não se resolva em consequente prática é estéril, assim como toda a prática que não decorra de uma adequada visão político-conceptual tende sempre a ser estrategicamente cega e inconsequente.
Mas II Grande Conferência do Jornal da Economia do Mar tem consciência de mais, tem consciência de que há sempre quem muito pense os problemas de Portugal e nem sempre tenha oportunidade expor quanto lhe foi dado pensar e por isso abre também a possibilidade de livre participação a quem estiver interessado, bastando para tal enviar um e-mail para conferencia@jornaldaeconomiadomar.com, como pré-inscrição para os debates que sempre concluirão cada painel, garantindo assim uma intervenção, até ao máximo de 3 minutos por intervenção, ou, preferindo, enviando para o mesmo e-mail a formulação de questões ou a proposta de temas que se entendam pertinentes ver serem discutidas e abordados em cada um dos muitos painéis em que Conferência se compõe.
Naturalmente que, de acordo com a adesão a esta iniciativa, alguma escolha talvez venha a ser necessário fazer pelo que, também nesta caso, e como sempre, fica desde já reservada a prioridade dos Apoiantes do Jornal à selecção final, sendo a mesmo absolutamente necessária.
Entretanto, para quem entenda queira reservar desde já o seu lugar na Conferência, como aconselhamos vivamente, uma vez o número de inscrições aceites estar condicionado e limitado, naturalmente, à respectiva lotação da sala do Centro de Congressos do Estoril, deverá proceder à respectiva inscrição aqui, não esquecendo nunca ser a selecção das admissões realizada, em caso de necessidade, por ordem de inscrição, com prioridade, por direito e justiça, aos Apoiantes do Jornal.
9 de Novembro e 2016
Visão Político-Conceptual
09:00 – 09:20 – Introdução
09:20 – 10:00 – Sessão de Boas-Vindas
10:00 – 10:30 –Portugal e o Mar
- Do Valor do Mar para Portugal
- Do Futuro do Mar para Portugal
10:30 – 11:20 – Abertura Oficial da Exposição
11:20 – 12:00 – Porque Importam os Oceanos
11:30 – 13:00 – Porque Importa o Atlântico
13:00 – 14:30 – Almoço
14:30 – 15:30 – Portugal, o Mar e a CPLP
15:30 – 16:30 – Portugal, a Europa e o Mundo
16:30 – 18:00 –Da Inovação à Energia e Exploração do Mar Profundo
10 Novembro
Visão Prático-Empresarial
09:00 – 10:00 – O Transporte Marítimo no Futuro
10:00 – 11:00 – Os Desafios dos Portos Nacionais
11:00 – 12:00 – Transformação da Construção e Reparação Naval
12:00 – 13:00 – A Náutica de Recreio
13:00 – 14:30 – Almoço
14:30 – 15:30 – Pesca e Aquacultura
15:30 – 16:30 – Biotecnologia
16:30 – 17:30 – Sistemas de Vigilância, Automação e Robótica
17:30 – 18:00 – Sessão de Encerramento
7 comentários em “II Grande Conferência do Jornal da Economia do Mar”
Deixe um comentário Cancelar resposta
- Portugal, o Mar e unhas para tocar Guitarra
- Um mar de desafios para valorizar as pescas e a aquacultura
- Liberte-se a iniciativa na Náutica de Recreio que o sucesso está garantido
- Tanto mar e tão pouca competitividade
- Portos: o desafio da mudança
- Excesso de navios e novas regras ambientais da IMO preocupam armadores
- Do mar profundo ao conhecimento e à inovação
- CPLP _ O Bom, o Mau e o Vilão
Presumo que este tema é o grande desígnio nacional com D grande e na minha modesta opinião se a grande análise estratégica for realizada como resultado de um estudo profundo e sério bem como as necessárias parcerias estratégicas este é um campo fecundo em que todos os recursos deverão ser concentrados. Eu acredito sinceramente no êxito desta empresa porque todos os portugueses aderem a um projecto quando o objectivo se revela grandioso. Eu também quero aderir.
Gostaria muito de assistir a esta conferência. É aberta ao público ou fechada. Gostava de acompanhar a evolução destas iniciativas e participar nelas. Vou-me inscrever já . Melhores cumprimentos
Desejo estarpresente na conferência
Julgo que seria importante ter um painel dedicado ao tema “Exercicio da Autoridade do Estado no Mar” em virtude de controversias internas sobre o tema e a “ameça” que poderá vir a constituir para a soberania do Estado Português no Mar a criação de uma Guarda Costeira e Fronteiras Europeia com sobreposição à Autoridade do Estado Nação.
Muito pertinente, sem dúvida, mas, embora não tendo um debate dedicado especificamente a esse tema, o mesmo não será esquecido ao longo da Conferência, devendo ser, como esperamos, abordado em várias perspectivas em mais de um painel, sendo exemplos directos de painéis onde o tema não poderá deixar de algum relacionado, «Portugal, a Europa e o Mundo» ou «Sistemas de Vigilância, automação e Robótica», além de, naturalmente, não poder deixar de ser referido no enquadramento, sobretudo quando se deve ter em atenção ser uma questão bem mais antiga e de consequências eventualmente bem mais perversas do que, por vezes, a nossa santa ingenuidade aceita e quer ver.
A questão é muito pertinente e discuti-la “daria pano para mangas” mas em síntese de relevar os seguintes aspetos:
1) A Marinha de Guerra sempre se opôs e tem gasto muitas energias a defender que deve ser ela a Autoridade Marítima Nacional competente em áreas civis v.g. registo de navios e Port State Control, em vez de pugnar por se transformar numa Guarda Costeira Nacional função para a qual está vocacionada, à semelhança do que se verifica em praticamente todos os países europeus, o último doa quais a seguir essa via foi a Espanha ha cerca de 30 anos….
2) Como “os vazios” tendem a ser preenchidos e face à necessidade imperiosa que marca o nosso tempo, de controlo adequado das fronteiras marítimas é natural que a União Europeia intervenha, aliás só peca por tardia. No entanto o que seguramente irá ser regulamentado no normativo relevante da UE será a aplicação do princípio da subsidiariedade segundo o qual a UE só fará o que os Estados não estão em condições de fazer por si mesmos Ora como os restantes Estados-Membros já têm uma Guarda Costeira pouco ou nada serão beliscados na sua soberania o que não será o caso de Portugal, infelizmente, c.f. 1).
Um tema, sem dúvida, da maior pertinência e a merecer uma mais longa reflexão.
Por várias razões, não será especificamente abordado na Conferência mas,tal como será apresentado na mesma, no Plano do Jornal para 2017, é um dos temas a abordar num Seminário a ser previsivelmente realizado em Janeiro próximo.
De qualquer modo,os nossos agradecimentos pelo oportuno comentário, esperando podermos contar também com o gosto da sua presença na Conferência.