Na sequência da rejeição de migrantes pela Itália, a ICS chamou a atenção quer para a questão humanitária, quer para o impacto da medida no transporte marítimo
Proactiva Open Arms

A Câmara Internacional da Marinha de Comércio (International Chamber of Shipping, ou ICS) está preocupada com a nova política do Governo de Itália de fechar as suas fronteiras aos migrantes, alegando não só o perigo que esta decisão representa para as mulheres e crianças a bordo, como para a marinha comercial, que, neste âmbito terá de interromper o seu rumo para se envolver em resgates, segundo comunicado oficial.

Não obstante o compromisso do sector marítimo com as questões humanitárias, nomeadamente através da convenção SOLAS (Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar), até porque nos últimos três anos os navios mercantes já resgataram mais de 50 mil pessoas no mar, a ICS alega que esta crise está longe do fim mas que tem de ser tratada pelos Estados Membros da União Europeia.

Segundo refere o Secretário-Geral da ICS, Peter Hinchliffe, “a preocupação principal dos armadores é humanitária. No interesse da protecção da vida no mar, a ICS apela a todos os Estados-Membros da União Europeia para que tratem urgentemente das preocupações criadas pelo Governo italiano sobre o grande número de pessoas resgatadas a chegar a Itália, para que a política de rápido desembarque, condizente com os princípios da ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) possa ser rapidamente mantida, não só em Itália como nos demais países da União Europeia”.

Esta posição foi assumida na sequência da rejeição do desembarque de mais de 600 migrantes em território italiano, que constitui um primeiro sinal da já anunciada alteração da política oficial italiana sobre a imigração por parte do novo Governo de Roma.

 



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