A ICS relembra que a indústria de transporte marítimo só é ambientalmente sustentável se for economicamente viável
Conselho Europeu

O assunto da sustentabilidade ambiental na indústria de transporte marítimo está na ordem do dia e muitas são as abordagens sobre a redução das emissões de CO2 que deve ser feita por parte dos navios. A Câmara Internacional da Marinha Mercante (Internacional Chamber of Shipping, ou ICS) relembra que o sector só pode ser ambientalmente sustentável se for também economicamente viável.

Assim, tendo em conta o teor global de enxofre de combustível obrigatório a partir de 2020, a ICS explica que já estão em contacto com a Organização Marítima Internacional (Internacional Maritime Organization, ou IMO) para que o transporte de combustível esteja conforme para garantir uma concorrência leal. Simon Bennett, Director de Política da ICS, relembra que a visão da associação é que devem ser projectadas zero emissões de CO2 o mais depressa possível, usando combustíveis alternativos e novas tecnologias de propulsão.

“Mas, enquanto os navios dependerem de combustíveis fósseis, os Estados membros da IMO precisam de ser politicamente e tecnicamente realistas sobre o que pode ser alcançado a curto prazo, se isso for compatível com as preocupações legítimas das economias emergentes sobre os impactos no comércio e no seu desenvolvimento sustentável”, referiu há dias Simon Bennett durante um encontro do Grupo de Trabalho sobre Construção da Naval da OCDE, que decorreu em Paris.

O mesmo responsável comentou ainda que se os Governos estão empenhados em ajudar a indústria de transporte marítimo a cumprir os Objectivos de Desenvolvimento Sustentáveis ​​das Nações Unidas, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) precisa de reiniciar os esforços para ter um acordo global sobre a eliminação de medidas de distorção do mercado da construção naval.

“O desafio perene enfrentado pelos armadores é o excesso de capacidade, ajudado e encorajado pelos subsídios dos Governos e medidas de apoio que incentivam os estaleiros a produzir navios que são excedentes aos necessários”, disse Simon Bennett.

Também sobre a implementação da Convenção das Nações Unidas sobre a Gestão das Águas de Lastro da IMO, Bennett afirma que, sempre que possível, os armadores devem instalar sistemas de tratamento aprovados de acordo com os padrões de homologação adoptados pela IMO em 2016, de forma a garantir adequação às condições de operação em todo o mundo.



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