De acordo com o mais recente estudo da Drewry, agora publicado, o primeiro semestre de 2016 irá ser ainda muito duro para o transporte marítimo de contentores, com os preços dos fretes em queda contínua a não poderem deixar de conduzir a profundas alterações no sector, seja através de mudança radical na gestão das rotas, seja através de uma nova e mais racional política de preços.
Os actuais preços, ainda de acordo com o estudo, não só não são sustentáveis como irão baixar ainda mais ao longo do ano sem que os armadores conseguindo diminuir custos ao mesmo ritmo, tanto mais quanto, na mesma perspectiva, todos os benefícios passíveis de serem alcançados pelo baixo preço do petróleo já terão sido alcançados.
Por outro lado, reconhecendo a esperança dos aramadores nas hipotéticas economias de escala dos novos navios de 14 000 e 18 000 TEU, para a Drewry, tal esperança é uma ilusão porquanto as economias de escala passíveis de serem realizadas serão, no seu entender, de facto, muito escassas.
Num tal enquadramento, tendo inclusive em conta as 66 viagens realizadas sem qualquer carga nas mais importantes rotas Este-oeste em Fevereiro, com 5% da capacidade total de transporte completamente parada em Março, a Drewry sugere igualmente que é tempo de olhar para o lado das receitas e não apenas dos custos, sobretudo quando, mesmo para 2016, as previsões são ainda de crescimento da oferta na casa dos 2,1%.
Ou seja, o conselho é para que os armadores comecem a olhar para os seus modelos de formação dos preços dos fretes, atendendo devidamente á respectiva rendibilidade por TEU transportado e não em termos gerais de volume carregado.
Nesse sentido, com um mercado com excesso de oferta e mais 2,6 milhões de TEU previstos até ao final 2017, entende-se mesmo que, carregamentos a 85% da capacidade, não devem ser considerados um drama mas uma situação perfeitamente normal, perfeitamente razoável.
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