Apesar das perdas e de não antecipar uma data para o regresso aos lucros, a empresa prevê que no próximo ano o mercado dos Estados Unidos se reanime e anuncia esforço para angariação de carga destinada aos enormes navios que tem sob encomenda
Alphaliner

A empresa sul-coreana de transporte marítimo Hyundai Merchant Marine (HMM) divulgou perdas de 148 milhões de euros no terceiro trimestre deste ano, o que é menos do que os 212 milhões de euros de perdas no trimestre anterior, mas mais do que os 35 milhões de perdas do terceiro trimestre de 2017, refere o Maritime Executive.

Estes resultados foram anunciados, apesar do registo de aumento de 13% de volume de carga transportada no 3º trimestre face ao período homólogo de 2017, e terão ficado a dever-se ao aumento do preço dos combustíveis (que só será significativo a partir de 2020, devido às futuras exigências da Organização Marítima Internacional) e a baixas tarifas de transporte, refere a publicação.

Em todo o caso, refere-se que a empresa irá aplicar uma sobretaxa sobre os combustíveis aos clientes, à semelhança de concorrentes seus, para fazer face aos custos relacionados com a transição de combustíveis imposta pela nova regulamentação sobre o teor de enxofre nos combustíveis marítimos a partir de 2020.

Segundo a HMM, citada pela publicação, não é possível prever uma data para o regresso aos lucros, mas é previsível uma tendência para a recuperação do mercado dos Estados Unidos, ao contrário do que considera o CEO da Maersk, que antecipou travessias em branco nas rotas transpacíficas em 2019 devido à guerra comercial entre Washington e Pequim.

Outra divergência entre a HMM e a Maersk é a estratégia a seguir. Enquanto a empresa sul-coreana encomendou 12 super porta-contentores de 23 mil TEU e oito de 15 mil TEU a estaleiros do seu país, a empresa dinamarquesa anunciou que não fará grandes encomendas num futuro próximo. As encomendas da HMM beneficiam do programa de apoio público à indústria naval sul-coreana e a empresa anunciou que desenvolverá esforços para angariar carga para esses novos navios ainda antes de eles serem entregues.

Porque, conforme refere o Fórum Internacional do Transporte da OCDE, este tipo de navios depende fundamentalmente da sua elevada utilização e empresas concorrentes, como a MSC e a CMA CGM estão a fazer entrar navios semelhantes nas rotas Ásia-Europa.

 



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