Polícia Marítima portuguesa faz balanço de três meses de missão da Operação Conjunta POSEIDON SEA 2015.

Em missão na Grécia desde 1 de Outubro de 2015 a Polícia Marítima portuguesa anunciou que, durante os três meses de missão, já resgatou 1810 emigrantes e refugiados.

Segundo os dados disponibilizados a PM:

  • Efectuou 51 missões de busca e salvamento
  • Resgatou 1.810 pessoas, das quais 409 eram bebés e/ou crianças e 381 eram mulheres
  • Prestou apoio de primeiros-socorros a 15 pessoas
  • Recuperou, sem vida, 4 pessoas
  • Deteve 4 facilitadores
  • Navegou durante 552 horas
  • Efectuou 2.850 milhas náuticas

A equipa da PM prestou apoio de primeiros socorros a quinze emigrantes e refugiados, tendo-lhes administrado oxigénio e, em três dos casos, aplicado manobras de suporte básico de vida. Durante os resgates efectuados a PM facultou, sempre que necessário, mantas térmicas, águas e bolachas.

De referir que a equipa portuguesa é a única, das equipas a actuar, neste momento, na Ilha de Lesbos, em que todos os seus elementos possuem formação em Suporte Básico de Vida e Oxigenoterapia e têm a bordo equipamentos de oxigenoterapia e de monitorização dos valores de oxigénio no sangue e dos batimentos cardíacos. Capacidade que, segundo a Polícia Marítima, já se relevou fundamental para o sucesso da reanimação cardiorrespiratória de um homem que sofreu um ataque cardíaco a bordo da embarcação “TEJO”, de duas mulheres e de duas crianças com cerca de 2 e 4 anos.

Entre os elementos da equipa existem os que ao Grupo de Acções Tácticas (GAT) da PM. O GAT é uma unidade de reserva estratégica da Polícia Marítima, altamente treinada e disciplinada, especialmente equipada para executar acções policiais não convencionais, reduzindo o risco associado a uma situação de emergência ou ataques coordenados a alvos específicos. A sua presença é essencial no combate ao crime transfronteiriço, nomeadamente na detenção de facilitadores. O louvor, recebido a 16 de Outubro de 2015, por ter conseguido deter um facilitador já referenciado e considerado perigoso, perseguido pelas autoridades gregas há mais de dois meses, é prova da eficácia da equipa portuguesa.

No decorrer dos últimos três meses a equipa portuguesa prestou, igualmente, apoio à Guarda-costeira norueguesa, que também se encontra integrada na missão, pela escolta ou apoio a mais de duzentas embarcações com emigrantes e refugiados a bordo, garantindo que chegavam em segurança a terra, e por apoio a emigrantes na sua chegada a terra.

No dia 3 de Dezembro a equipa recebeu o reforço dos meios, através da chegada da embarcação “ARADE”, tendo esta como objectivo, o reforçar as suas capacidades operacionais, garantido a existência de meios em caso de necessidade ou durante o período de manutenção da embarcação “TEJO”.

Hoje, dia 4 de Janeiro, a equipa foi reforçada com mais um agente, passando a ser constituída por sete elementos.

A PM vai manter o seu apoio à Guarda-costeira Grega, com o objectivo de cooperar no controlo e vigilância das fronteiras marítimas gregas e no combate ao crime transfronteiriço, integrada na missão da agência FRONTEX, até ao dia 30 de Setembro de 2016.



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