Hugo Bastos, gestor da frota da Douro Azul, reconheceu ontem que a Direcção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) não tem, “há mais de um ano, um único especialista para licenciar a qualquer tipo de instalação ou alteração eléctrica de um único navio em Portugal”.
A afirmação foi feita na Escola Superior Náutica Infante D. Henrique (ENIDH), numa intervenção durante o seminário “Propulsão – Na rota de mais respiráveis ares”, sobre propulsão naval, promovido pelo Jornal da Economia do Mar.
Esta realidade faz com que neste momento Portugal não tenha ninguém “habilitado pela bandeira do Estado que diga se posso alterar electricamente um navio”, referiu, acrescentando que a Douro Azul vai receber “um navio novo em Fevereiro, outro em Março e outro em Abril” (um para o rio Tua e dois para o Douro), “sem ninguém em Portugal para aprovar isto, da nossa bandeira”.
Admitiu que a situação implica uma solução criativa, “à portuguesa, mas em que o Estado fica mal na fotografia”, referiu Hugo Bastos, porque revela que o país não tem capacidade para contratar um engenheiro em nome da bandeira. A solução vai passar pelo recurso à Bureau Veritas, que foi contactada pelo Estado português, para certificar as instalações eléctricas dos navios que a Douro Azul vai receber.
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