A França continua empenhada em reduzir as emissões no Mediterrâneo através da criação de ECAs e procura reunir apoio entre Estados para submeter formalmente uma proposta à IMO nesse sentido
Sillk City

Num evento à margem da 73ª sessão do Comité de Protecção do Ambiente Marinho (MEPC, na sigla inglesa) da Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês), que termina hoje em Londres, a França apresentou resultados de uma análise relativa ao impacto da criação de uma Área de Controlo de Emissões (Emissions Control Area, ou ECA) no Mediterrâneo, quer para enxofre, quer para azoto.

De acordo com as conclusões, que serão integralmente apresentadas em breve, é sustentado um limite de 0,1% de teor de enxofre nos combustíveis marítimos (menos dos que os 0,5% propostos pela IMO e muito menos dos que os 3,5% actuais) a partir de 2020. Tal medida teria efeitos ambientais e sócio-económicos positivos na redução da poluição, considera o relatório.

Esta proposta, que tornaria o Mediterrâneo a quinta ECA do globo, depois do Mar Báltico, Mar do Norte, América do Norte e Mar das Caraíbas dos Estados Unidos, já foi aclamada pela organização ambientalista alemã Nature And Biodiversity Conservation Union (NABU), que renovou o seu apelo a que se tornem todas as águas europeias, em especial o Mediterrâneo, uma zona ECA.

Sönke Diesener, da NABU, lembrou a propósito que diariamente navegam no Mediterrâneo entre 6 a 10 mil navios e espera contar com o apoio dos Estados costeiros para fazer aprovar a medida na IMO, com benefício para o ar respirado pelas populações, que seria mais limpo.

O próximo passo seria submeter à IMO um pedido para o efeito por uma coligação de Estados mediterrânicos, no sentido de uma ECA combinada para o enxofre, o azoto e as partículas poluentes no Mediterrâneo. Actualmente, a Comissão Europeia e Centro Regional de Reposta de Emergência em Poluição Marinha no Mediterrâneo (REMPEC, na sigla inglesa) patrocinam estudos para avaliar o impacto de ECAs no Mediterrâneo.

 



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